STJ adia julgamento contra governador do AM após operação da Polícia Federal

Fachada do edifício sede do Superior Tribunal de Justiça (STJ) (Marcello Casal/Agência Brasil)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu adiar, na manhã desta quarta-feira, 2, o julgamento da denúncia contra o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSL), do vice-governador, Carlos Almeida (PSDB), e de outras partes envolvidas no caso. A decisão acontece após a Polícia Federal deflagrar a quarta fase da Operação Sangria no Estado, visando o governador e servidores da Saúde.

O adiamento foi solicitado pelo relator da denúncia, ministro Francisco Falcão. Ele e outros ministros apontaram que a defesa dos requeridos precisaria de mais tempo para se manifestar. O relator sugeriu, inicialmente, que o novo julgamento fosse marcado para o próximo dia 28 de junho, mas após divergências entre os ministros, a Corte Especial que discutia a pauta foi encerrada sem confirmação da nova data.

Corte Especial no Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta quarta-feira, 2 (Reprodução/Youtube)

O julgamento marcado vai apurar suposta fraude na compra de respiradores em uma loja de vinhos durante a pandemia no Estado. A denúncia indica que o governador do Amazonas teria comandado uma organização criminosa responsável por desviar recursos da Saúde do Estado.

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A denúncia foi apresentada no dia 26 de abril contra o governador, o vice-governador e outras 17 pessoas, entre secretários e empresários, por supostas irregularidades na compra de respiradores durante a pandemia do novo coronavírus.

Operação Sangria

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira a quarta fase da Operação Sangria no Amazonas, com o objetivo de apurar denúncias contra o alto escalão do Governo do Amazonas. Seis empresários e o governador do Estado, Wilson Lima (PSC), estão entre os alvos.

Além do governador, também são alvos da operação o secretário estadual de Saúde, Marcellus Campêlo, o empresário Nilton Costa Lins Júnior, e deputados estaduais. São 19 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão temporária que devem cumpridos em Manaus (AM) e em Porto Alegre (RS).

Segundo as investigações, há indícios de que funcionários da Secretaria de Estado de Saúde realizaram contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários locais, sob orientação da cúpula do governo do Estado. A polícia investiga ainda a suspeita de fraudes e superfaturamento em contratos para funcionamento do hospital de campanha construído na capital amazonense.

Veja a lista de alvos dos mandados de prisão:
Lista dos alvos de prisão da operação da Polícia Federal no Amazonas (Reprodução/Portal do Holanda)

Troca de tiros

Segundo a imprensa local e nacional, Nilton Lins, empresário dono do hospital, cujo contrato é investigado pela PF e um dos alvos de mandado de prisão, recebeu a PF a tiros na manhã desta quarta e se refugiou no Consulado da Suécia, em Manaus, onde estaria abrigado.

Informações também dão conta que um dos alvos de mandado de prisão, o secretário de Saúde, Marcellus Campêlo, estaria foragido. Contra o governador do Estado foi cumprido um mandado de busca e apreensão.

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