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Suspeita de tráfico de crianças e adolescentes indígenas do AM à Turquia pode virar CPI
Símbolo muçulmano em arquitetura (Reprodução/Internet)
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12 de maio de 2023
Adrisa De Góes – Da Revista Cenarium
MANAUS (AM) – Uma suspeita de tráfico de crianças e adolescentes indígenas do Amazonas poderá virar alvo de investigação em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados. A apuração também prevê averiguar o descumprimento dos tratados internacionais de direitos humanos, no Amazonas, relacionados ao contrabando de migrantes.
O assunto entrou em discussão na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Casa, após o Metrópoles divulgar uma reportagem em que relata o processo emigratório ilegal de crianças e adolescentes indígenas ao País transcontinental, localizado a Leste da Europa e a Oeste da Ásia. Os jovens saem de São Gabriel da Cachoeira (distante 852 quilômetros de Manaus) e viajam 10.674 quilômetros para chegar em solo turco.
Todo o processo é coordenado pela Associação Solidária Humanitária do Amazonas (Asham), que tem sede na capital amazonense e já atraiu, pelo menos, cinco jovens, convidados a participar de um grupo islâmico e que foram enviados pela instituição à Turquia.
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Em um site de dados públicos de empresas, consta que a associação é presidida por Abdulhakim Tokdemir e foi aberta em abril de 2022, com sede na rua Emília Ruas, N° 364, bairro São Jorge, Zona Oeste de Manaus. A atividade principal está definida como “organizações associativas ligadas à cultura e à arte” e a atuação secundária caracteriza-se em “serviços de assistência social sem alojamento”.
Audiência pública
Na quarta-feira, 10, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados realizou audiência pública com parlamentares e representantes de órgãos de defesa para tratar do tema. Na reunião, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) prôpos criação de uma CPI para aprofundar as investigações das denúncias, bem como a atuação de entidades públicas.
“O retorno desse problema à tona demonstra uma inaptidão do Estado brasileiro de atender essa região. Faltam efeitos práticos dos órgãos competentes, diante de diversas denúncias, e audiências realizadas ao longo dos últimos anos, relacionadas ao tráfico de crianças e à exploração sexual de menores, em municípios nas fronteiras do Amazonas”, criticou o parlamentar.
Casos antigos
Participando da audiência pública, a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Lúcia Alberta Andrade, disse que há relatos dos casos desde 2019. Ela afirma que jovens eram levados à capital amazonense para serem introduzidos aos costumes, aos idiomas árabe e turco, além da religião islã.
De forma virtual, a delegada da Superintendência da Polícia Federal no Amazonas, Letícia Prado da Silva Cavalcanti de Holanda, também participou das discussões. Segundo ela, o número de jovens é maior, levando à Turquia é ainda maior, sendo um total de seis, porém, não é possível afirma o quantitativo de indígenas dentre estes.
A comissão enviou ofícios à Organização das Nações Unidas (ONU), ao Ministério de Relações Exteriores, e às embaixadas do Brasil, na Turquia, e vice-versa, a fim de que os órgãos participem de uma próxima audiência para tratar da problemática.
A REVISTA CENARIUM entrou em contato com o número disponibilizado pela Asham, mas não obteve retorno até o fechamento deste material.
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