Taxista diz que Dnit sabia sobre risco de desabamento de ponte na BR-319: ‘Já tinha sido avisado’

Ponte Rio Curuçá desabou em novembro deste ano (Ívina Garcia/Cenarium)
Marcela Leiros e Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – O taxista Elder Carlos Marques dos Santos, que trabalha há 12 anos na BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO), afirmou à REVISTA CENARIUM que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), órgão responsável pela manutenção da ponte, já havia sido informado que a ponte conhecida como “Ponte do Capitari” e “Ponte do Rio Curuçá” ía desabar. A reportagem encaminhou pedido de nota ao órgão e aguarda resposta.

Ainda segundo Elder Santos, não houve fiscalização para impedir que veículos pesados transitassem pela ponte que desabou nesta quarta-feira, 28. A declaração contraria nota da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que disse ter supervisionado o fluxo no local nessa terça-feira, 27.

“Já tinha sido avisado. A gente avisava, fizemos uma pequena manifestação. O pessoal do Dnit sabia que aquilo [o desabamento] logo, logo ía acontecer. Quando estava desabando, a gente avisava e eles estavam fazendo manutenção na estrada, iam lá e colocavam o barro só por cima da área, por baixo não faziam nada”, disse.

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Bombeiros e IML retiram corpo da água (Ívina Garcia/CENARIUM)

A estrutura apresentava más condições de infraestrutura, como rachaduras, e já apresentava riscos de desabar. Segundo nota da PRF à imprensa, a recomendação do Dnit era para que somente veículos leves pudessem transitar pela ponte.

“Eu trabalho aqui nessa vida há 12 anos, não teve fiscalização, eles estão mentindo”, disse. “[Tiveram] vários carros parados em cima da ponte, inclusive, tinham umas carretas e os carreteiros falaram que não sairiam, fazendo manifestação para ver se aparecia alguém”.

Mortos e feridos

O governador do Amazonas, Wilson Lima (União), criou um comitê de crise para alinhar as ações sobre o acidente que ocorreu no quilômetro 25 da BR-319. Segundo informações do secretário de Segurança Pública, general Mansur, três corpos já foram resgatados do rio que passa embaixo da ponte, e outras 15 estão submersas na água.

‘Estamos com uma equipe de mergulhadores aqui, já identificamos os carros e corpos dentro desses carros, nosso trabalho, agora, é resgatar, retirar as pessoas que estão presas em ferragens. Estamos trazendo mais material de Manaus para cá, para podermos retirar os corpos. Existe uma kombi com, aproximadamente, umas 12 pessoas, e um caminhão com pessoas dentro”, explicou o secretário.

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