Trechos da BR-174 estão entre os mais perigosos e mortais do Amazonas

Rodovia que liga o Estado do Amazonas ao de Roraima (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium Amazônia)
Winicyus Gonçalves – Da Revista Cenarium Amazônia

BOA VISTA (RR) – A BR-174, que liga o Amazonas a Roraima, tem trechos considerados os mais perigosos e mortais do Estado, conforme dados do Viagem Segura – Guia CNT de Segurança nas Rodovias 2024, realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgado na última quarta-feira, 13. A pesquisa é referente a novembro de 2022 e outubro de 2023.

Em pesquisa anterior divulgada pela CNT em novembro, o trecho entre Presidente Figueiredo e Borba já era considerado o pior do País. O Ministério dos Transportes assinou três ordens de serviços para obras de recuperação na BR-174 em maio deste ano. No entanto, as obras de melhoria no trecho que fica no território amazonense estão sendo feitas com lentidão.

Obras na BR-174 (Divulgação/Assessoria)

No Brasil, foram registrados 66.508 acidentes nas rodovias federais neste período. As ocorrências deixaram 5.520 mortos, média de oito óbitos a cada 100 acidentes. Ficaram feridas 76.677 pessoas. A BR-101 foi a rodovia que registrou mais acidentes no País, com 11.337 ocorrências. Enquanto a BR-116 foi a rodovia que registrou mais mortes, com 752 casos no período, no Amazonas, foram registrados 112 acidentes nas rodovias federais, com nove óbitos.

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O trecho que registrou o maior número de acidentes no Estado é da BR-230, entre o quilômetro 610 e 620. Em um espaço de 10 quilômetros da via, foram registrados 14 acidentes que resultaram em uma morte. Em relação ao número de mortes, quatro trechos da BR-174 foram os mais mortais do Amazonas para o período. Entre o quilômetro 910 e o quilômetro 1.090 foram registradas quatro mortes em 11 acidentes.

Outros dados

A colisão é o tipo mais recorrente de acidente no Amazonas, com um total de 52 (46,4%), ocasionando duas (22,2%) mortes. Em seguida vem a saída de pista, com 30 (26,8%) ocorrências e três vítimas, e os capotamentos ou tombamentos, que juntos somaram 12 (11,1%) acidentes e um (11,1%) óbito.

Reação tardia ou ineficiente do condutor é a causa mais recorrente, com um total de 19 acidentes (17% do total). Velocidade incompatível é a causa de mortes em acidentes mais recorrentes, com um total de 103 ocorrências (14,5% do total). Pedestre andando na via e transitar na contramão são as causas de mortes em acidentes mais recorrentes, com um total de duas ocorrências (22,2%) cada uma.

Trecho da BR-174 desabou em maio deste ano (Reprodução/PRF)

No Estado, 78,7% da extensão das rodovias apresentam algum tipo de problema, sendo 70,6% da extensão no pavimento, 75,3% de sinalização e 80,5% têm deficiência na geometria da via. Ao todo, a malha pesquisada soma 403 pontos críticos.

Nesse contexto de riscos, a CNT recomenda que antes de partir, se planeje a viagem e faça a manutenção do veículo. “Na estrada, deve-se estar sempre atento à via e aos demais usuários, com especial cuidado em relação aos pedestres e ciclistas. As ultrapassagens devem sempre ser feitas em segurança, respeitando a sinalização. Exige-se atenção redobrada do motorista nos períodos noturno e de mau tempo, quando há piores condições de visibilidade. E, ainda, nos finais de semana e em feriados, quando os acidentes ocorrem em maior número”, informa.

A CNT destaca como muito importante, também, fazer paradas periódicas para descanso em locais seguros e dar preferência a refeições leves, para não correr o risco de dormir ao volante. “E nunca, sob qualquer hipótese, conduzir sob efeito de bebidas alcoólicas ou outras substâncias que alterem a percepção e o comportamento do motorista”.

Leia mais: Moradores temem desabastecimento em Roraima após bloqueio de caminhoneiros na BR-174
Editado por Jefferson Ramos
Revisado por Adriana Gonzaga
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