Twitter é vendido por US$ 44 bi; Elon Musk, homem mais rico do mundo é o novo dono

A oferta feita por Musk aos acionistas prevê o pagamento de US$ 54,20 por ações (Reprodução)

Com informações do Infoglobo

NOVA YORK – O Twitter aceitou a proposta de compra feita por Elon Musk, o homem mais rico do mundo, após uma reunião entre o empresário e executivos da rede social no domingo.

A oferta feita por Musk, fundador da gigante de carros elétricos Tesla e da companhia espacial Space-X, aos acionistas, prevê o pagamento de US$ 54,20 por ações, o que avalia a plataforma em US$ 44 bilhões, um preço 38% acima do valor em Bolsa da empresa, em 1º de abril, antes da proposta do bilionário.

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É assim uma das maiores aquisições da história. Com 16 anos de existência, a rede social que virou um fórum de debate público, em vários países, vai se tornar, agora, uma empresa de capital fechado. E, segundo analistas, deve ter sua política de moderação de conteúdo revista.

‘Liberdade de expressão é a base de uma democracia’, diz Musk

“Liberdade de expressão é a base de uma democracia funcional, e o Twitter é a praça digital onde temas vitais para o futuro da humanidade são debatidos”, afirmou Musk em um comunicado nesta segunda-feira, 25, que ele reproduziu em sua conta, na rede social, seguida da expressão “Yesss!!!”.

O CEO do Twitter, Parag Agrawal, também se manifestou na rede social: “O Twitter tem um propósito e uma relevância que impacta o mundo todo. Muito orgulhoso de nossas equipes e inspirado pelo trabalho, que nunca foi tão importante”.

Crítica à moderação de conteúdo

Musk já declarou ser contra qualquer tipo de marcação de conteúdo indevido ou de suspensão de publicações, sob o argumento de que defende a liberdade de expressão. E sua proposta de compra do Twitter foi saudada por políticos americanos de direita.

As ações do Twitter, que dispararam no mercado, tiveram suas negociações temporariamente suspensas devido à operação. Voltaram a ser negociadas, após o anúncio, com alta de 6%.

A oferta hostil — ou seja, não solicitada nem comunicada previamente aos acionistas — de Musk, pelo Twitter, a princípio foi rechaçada pelos executivos da rede social. A empresa chegou a adotar um mecanismo, conhecido como ‘poison pill’ (ou pílula do veneno, numa tradução livre) para dificultar sua compra.

Por esse mecanismo, caso houvesse compra de 15% ou mais das ações do Twitter, no mercado, sem aprovação prévia do Conselho de Administração da companhia, a parte que assumisse o controle da empresa pagaria um valor extra aos acionistas atuais.

O clima nas negociações mudou no último fim de semana, após Musk ter conseguido um financiamento de US$ 46 bilhões para viabilizar sua oferta. Antes, o homem mais rico do mundo havia levado três ‘nãos’ em tentativa de obter crédito para comprar o Twitter.

Reviravolta na história do Twitter

Tornar-se uma empresa de capital fechado marca uma dramática mudança para o Twitter, uma companhia que começou sua história em 2006 como um serviço de mensagem para usuários compartilharem seus status com amigos.

Rapidamente, o Twitter se tornou em uma forma de as pessoas publicarem postagens curtas, de 140 caracteres ou menos, para uma audiência.

A rede social logo conquistou políticos, celebridades e jornalistas e assegurou o seu lugar entre as gigantes emergentes das redes sociais, como o Facebook e o YouTube. Tornou-se um modelo da nova e mais interativa forma de usar a internet, na realidade, que veio a ser chamada de Web 2.0.

Em seguida à sua criação, em 2006, a companhia enfrentou uma série de crises, incluindo uma reestruturação gerencial que levou à remoção do cofundador Jack Dorsey, nos primeiros dias da companhia, e seu eventual retorno em 2015.

Após sua oferta pública inicial de ações (IPO), em 2013, a companhia considerou a venda de seu controle, em 2016, chamando a atenção de grupos que vão da Disney à Salesforce.

Em 2020, Dorsey se envolveu, numa disputa, com um investidor ativista que forçou o Twitter a estabelecer metas específicas de crescimento e adicionar mais mecanismos de controle e transparência na administração da empresa.

Isso acabou funcionando como um catalisador para a segunda saída de Dorsey, que passou a focar em sua outra companhia, a Block, voltada para pagamentos digitais.

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