Uerj cria comissão da verdade para apurar crimes cometidos na instituição durante ditadura militar

Prédio da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) (Reprodução/Uerj)
Da Revista Cenarium*

RIO DE JANEIRO (RJ) – A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) aprovou na sexta-feira, 2, por meio de seu Conselho Universitário, a criação de uma comissão da verdade para apurar os crimes cometidos na instituição durante a ditadura militar (1964 a 1985). A comissão foi criada a partir de um pedido de cassação do título de Doutor Honoris Causa concedido, em 1974, ao general Emílio Garrastazu Médici.

Médici foi presidente da República de 1969 a 1974, um dos períodos de maior repressão às liberdades e direitos individuais na ditadura militar.

“A Uerj precisa tomar uma posição institucional sobre o assunto. Devemos resgatar a memória daquela época e das diversas pessoas afetadas. Certamente, haverá muito trabalho a realizar, mas precisamos estar comprometidos com esse tema tão importante para a comunidade acadêmica”, afirmou a reitora Gulnar Azevedo e Silva, por meio de nota divulgada pela universidade.

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Corredores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) (Reprodução/Veja)

Na mesma sessão do Conselho Universitário, foram aprovadas as concessões dos títulos de Doutor Honoris Causa ao cantor e compositor Gilberto Gil e à ativista dos direitos de transexuais e travestis Keila Simpson.

Presidenta da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), a maranhense Keila Simpson é, segundo a nota da Uerj, uma das pioneiras do trabalho de prevenção ao HIV/Aids.

“É um marco na luta das travestis brasileiras. Dirijo uma associação nacional que me desafia, todos os dias, a melhorar como pessoa para atender a uma população que está muito distanciada, ainda, da tão sonhada inclusão social”, explicou Keila. “Sou a primeira trans a receber o título, em vida, pela Uerj. Espero que seja o primeiro título de muitos outros [para transexuais e travestis], não só na Uerj como em outras universidades brasileiras. Tem muitas travestis, tanto na academia quanto fora dela, produzindo muito, produzindo ciência”.

Já Gilberto Gil, um dos ícones do tropicalismo brasileiro, foi ministro da Cultura entre 2003 e 2008 e tornou-se imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) em 2021.

Leia mais: Pesquisadores da Uerj alertam para a persistente crise migratória na fronteira de Roraima
(*) Com informações da Agência Brasil
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