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Ufam homenageia com título de Professor Emérito o sociólogo Renan Freitas Pinto
Professor Renan Freitas Pinto recebendo a honraria do reitor da Ufam Sylvio Puga (Reprodução/Divulgação)
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02 de maio de 2023
Mencius Melo – Da Revista Cenarium
MANAUS – O Conselho Universitário, da Universidade Federal do Amazonas (Consuni/Ufam), outorgou ao professor doutor Ernesto Renan Freitas Pinto, um dos mais experientes pensadores do Amazonas e da Amazônia, o título de Professor Emérito. A cerimônia aconteceu nesta terça-feira, 2, no auditório Rio Solimões, localizado no Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), no setor Norte do Campus Universitário Arthur Virgílio Filho.
A honraria concedida ao mestre foi decidida de forma unânime no último dia 3 de fevereiro pelos membros do Consuni. O Consuni é composto por professores, estudantes e técnicos administrativos da Ufam. Já o título de “Professor Emérito” é outorgado a professores aposentados que galgaram ou tenham alcançado posição eminente no ensino, na pesquisa ou na extensão, tripé que rege a existência da Ufam enquanto instituição pública de ensino.
Companheira de labor, amiga e admiradora, a professora doutora Marilene Corrêa declarou carinho e admiração por Renan. “A honraria que a Ufam confere ao professor Renan Freitas é mais do que merecida. O trabalho dele ultrapassou as fronteiras do departamento. Ele fundou um campo ampliado do pensamento social amazônico, no âmbito do pensamento social brasileiro. Ele articulou o pensar amazônico com as linhas de pesquisa nacionais e regionais. Renan formou pesquisadores, mestres, doutores e escritores. A literatura amazônica leva uma assinatura de Renan Freitas”, destacou.
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Na televisão
Marilene prosseguiu sobre a competência e o legado do homenageado. “Renan ajudou a construir um formato do olhar amazônico, na televisão, e isso se deve ao trabalho pioneiro dele na TV Educativa. Além de projetos de ensino e pesquisa, com a Universidade Federal do Pará (UFPA), PUC de São Paulo, Unicamp. Nosso departamento se sente honrado dele ser um emérito da Ufam e, a partir da nossa convivialidade, nos sentimos mais honrados ainda de ser coparticipantes desses trabalhos, porque se trata de uma agenda científica comum a nossa área do conhecimento”, comemorou Marilene Corrêa.
Ciência e cultura
Para a professora doutora Iraildes Caldas, também amiga, admiradora e companheira de cátedra, Renan Freitas Pinto é uma raridade. “Renan ilumina o mundo. Construiu uma trajetória marcando seu lugar na Amazônia. É um homem de ciência da cultura e das artes. Ele sabe ser e estar no mundo como um sujeito crítico. É um investigador da condição humana, na Região Amazônica, e suas problemáticas sociais, como é o caso dos trabalhadores da luta e das mulheres operárias da Zona Franca e da indústria têxtil de Manaus”, recordou Iraildes.
Caldas detalha o pioneirismo do professor. “Ele estudou, muito antes do surgimento dos estudos de gênero chegarem ao Amazonas, o trabalho das mulheres operárias e a ausência de políticas voltadas para elas, e isso se revestiu de um pioneirismo singular. Renan foi meu orientador de mestrado em 1996. Seu projeto de pesquisa ‘Vozes da Amazônia’, dá visibilidade ao pensamento social local sob novos olhares, longe dos estereótipos, exotismos e caricaturas, desmistificando que a Amazônia é a região do atraso e que puxa o País para trás”.
Florestan e Adorno
Iraildes fez questão de evidenciar outras contribuições do professor, a quem nutre admiração e reconhecimento. “Ele é o principal intérprete de Florestan Fernandes e um estudioso de Theodor Adorno e a Teoria Crítica da Escola de Frankfurt. Renan Freitas figura no panteon do pensamento sociológico do Brasil. É uma alma irrequieta, que nunca capitulou com a direita, com as forças de mercado, e nem com os poderes patronais. Ele, um homem comprometido com seu povo, antenado com seu tempo e sua história”, finalizou a doutora.
Biografia e produção
Ernesto Renan Freitas Pinto atuou por mais de três décadas como docente da Ufam. Ingressou, em 1974, na então Universidade do Amazonas (UA) como professor auxiliar no Departamento de Comunicação. Em 2001, tornou-se professor titular da universidade. É membro da Academia Amazonense de Letras desde 2012 e é reconhecido por ter marcado toda uma geração de estudiosos para além das Ciências Humanas.
O intelectual é graduado em Letras – Língua e Literatura Inglesa (1969), possui mestrado em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 1982, e possui doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), 1992. A tese, editada pela Edua, foi transformada no livro “Sociologia de Florestan Fernandes”, o qual é considerado uma das principais interpretações sobre o pensamento de Florestan Fernandes. A obra conta com prefácio do orientador do trabalho, o renomado sociólogo Octavio Ianni.
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