Viajante teve corpo queimado e foi estuprada antes de ser morta, diz polícia

Julieta percorria o Brasil como cicloviajante (Reprodução/Redes Sociais)
Adrisa De Góes – Da Revista Cenarium Amazônia

MANAUS (AM) – A artista e cicloviajante venezuelana Julieta Inés Hernández Martínez, 38, encontrada morta na noite de sexta-feira, 5, teve o corpo queimado e foi estuprada e enterrada em uma cova rasa. Os detalhes do crime foram revelados pelos suspeitos em depoimento à Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) no município de Presidente Figueiredo.

De acordo com o relatório policial que a REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA teve acesso, o casal que assumiu a autoria do assassinato foi identificado como Thiago Agles da Silva, 32, e Deliomara dos Anjos Santos, 29. Ambos moravam próximo ao local onde a viajante estava hospedada, no Espaço Cultural Mestre Gato, localizado no Ramal do Urubuí, km 1 da BR-174.

As investigações, comandadas pelo titular da 37ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), delegado Valdinei Silva, chegaram à dupla após partes da bicicleta de Julieta ser encontrada por um trabalhador em um matagal perto do local que funciona como ponto de apoio para pessoas que trafegam de bicicleta ou a pé pela rodovia.

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Corpo da artista e cicloviajante foi encontrado em área de mata (Reprodução/37ª DIP)

Após ser interrogado pela polícia sobre o paradeiro da artista, Thiago, inicialmente, disse que ela havia passado a noite no espaço de hospedagem e seguido viagem, mas depois ele confessou o crime e mostrou onde o corpo de Julieta havia sido enterrado. Mesmo com a confissão, a versão do casal é divergente.

Versão da suspeita

Em depoimento à polícia, Deliomara afirmou que o companheiro Thiago Agles estava há três dias usando drogas e ingerindo bebida alcoólica e, na madrugada do dia 23 de dezembro, por volta de 1h da manhã, ele planejou roubar o celular de Julieta, que estava com o aparelho celular na rede em que estava deitada, na varanda da residência.

A suspeita disse que o homem foi até a rede onde a vítima estava dormindo e exigiu que ela entregasse o celular. Depois, ele enforcou a vítima, a jogou no chão e mandou Deliomara amarrar os pés Julieta. Em seguida, Thiago arrastou a artista para a cozinha da residência e começou a cometer abusos sexuais.

Ao presenciar a cena e com ciúmes da situação, Deliomara jogou álcool nos dois e ateou fogo. Com o corpo em chamas, Thiago correu e apagou as chamas com um pano molhado e foi ao hospital municipal em busca de socorro. Já a suspeita relata que amarrou uma corda no pescoço da vítima, que estava desacordada, e a arrastou para a área de mata, próximo à residência, e a enterrou.

Versão do suspeito

Thiago Agles não confirma a versão de Deliomara. Ele relata que estava usando entorpecentes com a Julieta e que, em determinado momento, a esposa, com ciúmes, teria jogado álcool nos dois e ateado fogo. O suspeito confirmou à polícia que tem passagem na Justiça pelo crime de tráfico de drogas no Estado de Roraima e estaria residindo em Presidente Figueiredo há 7 meses.

O casal tem cinco filhos, sendo um bebê de dois meses. As crianças foram encaminhadas pelo Creas, ao Conselho Tutelar, aos cuidados de um familiar.

Leia mais: Viajante venezuelana desaparecida há 13 dias é encontrada morta no Amazonas
Editado por Jefferson Ramos
Revisado por Adriana Gonzaga
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