4º Congresso de Jornalismo na Amazônia aborda violação de direitos dos indígenas

Cacique da Aldeia Gavião Real 1, em Silves, ao lado de um dos poços de exploração da gás da Eneva (15.fev.24 - Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)
De Carol Veras – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – A REVISTA CENARIUM foi uma das convidadas da mesa-redonda “A pauta ambiental e os desafios da cobertura jornalística nas múltiplas plataformas“, do 4º Congresso de Jornalismo da Amazônia (Conjor), que abordou, entre os assuntos debatidos, a violação dos direitos dos povos indígenas da região. O encontro aconteceu nesta quinta-feira, 25, na Faculdade Boas Novas, localizada no bairro Japiim, Zona Sul de Manaus.

Da esquerda para direita: Adrisa De Góes, Hernán Gutiérrez, Ruthiene Bindá e Paula Litaiff (Luiz André Nascimento/Da Cenarium)

Organizado pela Faculdade de Informação e Comunicação (FIC), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o congresso conta com o apoio do Centro Universitário Fametro, Faculdade Boas Novas (FBN), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e Governo do Amazonas. A coordenadora do evento, professora doutora Grace Soares, celebrou a troca de experiências entre estudantes e profissionais.

“Hoje, nós falamos sobre meio ambiente, ciência e tecnologia, e os desafios da reportagem. É muito importante que a gente consiga, nesses espaços de conhecimento, no espaço acadêmico, compartilhar essas experiências”, comentou a organizadora do Conjor.

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Profª. Dra. Grace Soares, coordenadora do curso de Jornalismo da Ufam (Luiz André Nascimento/Revista Cenarium)

A mesa-redonda foi mediada pelo coordenador do curso de Jornalismo da FBN, professor Hernán Gutiérrez Herrera. Entre as representantes da REDE CENARIUM estavam a diretora, Paula Litaiff, e a coordenadora de redação, Adrisa De Góes. A jornalista da Rede Amazônia Ruthiene Bindá também integrou a lista de convidados.

Paula Litaiff destacou o papel da REVISTA CENARIUM na produção jornalística ambiental na Amazônia e na contribuição à defesa dos direitos dos povos tradicionais da região. Em fevereiro, o veículo lançou o especial “Exploração da Eneva viola direitos de povos da Amazônia“, que trata sobre o medo e a insegurança das famílias indígenas e ribeirinhas que moram no entorno do chamado “Complexo do Azulão”, em Silves.

“A CENARIUM surgiu no ápice da pandemia do coronavírus. Ela surgiu com a ideia de falar sobre a Amazônia, não do ponto de vista de vitimizar os povos que aqui vivem, mas, principalmente, de mostrar os desafios que eles possuem, do trabalho que eles fazem e do protagonismo que eles têm aqui na região”, compartilhou.

Adrisa De Góes avaliou a importância do jornalismo ambiental da Amazônia ser feito por aqueles que vivem na região e entendem as dificuldades e desafios dos povos da região.

“Acho importante a gente falar que, hoje, o jornalismo na Amazônia tem crescido e tem se mostrado cada vez mais para o resto do País e isso é fundamental para que a gente possa dar destaque e abordar cada vez mais questões sociais, questões que envolvam os povos indígenas, os ribeirinhos, toda a população que vive aqui, na Amazônia, e também na Amazônia Legal como um todo, conclui.

Da esquerda para direita: Adrisa De Góes, Grace Soares e Paula Litaiff (Luiz André Nascimento/Revista Cenarium)

O Conjor teve início na terça-feira, 23, e encerra nesta sexta-feira, 26. Estudantes de Jornalismo e profissionais da área participam da experiência, em uma troca de saberes, conforme compartilha a estudante do 7º período de Jornalismo da Ufam Hanna Biez.

A gente ter um contato com profissionais na área é muito legal. Você ter essa dimensão com profissionais que estão ali, que estão te explicando de uma maneira mais frente a frente, poder interagir, você pode ir lá com eles e de fato perguntar como a gente pode ser um profissional transparente, que sabe os seus direitos, que sabe como se portar“, comemorou a estudante.

Conjor

A 4ª edição do evento foi promovida no mesmo ano em que a Ufam celebra 55 anos do curso de Jornalismo. O objetivo foi promover a formação superior na área de jornalismo e o intercâmbio científico e tecnológico entre pesquisadores, profissionais e estudantes da área na Região Norte, além de debater temas como meio ambiente, ciência e combate à desinformação, com destaque para os desafios e possibilidades da prática jornalística da Amazônia.

A programação contou com conferências, mesas-redondas, palestras, apresentação oral de trabalhos, publicação de resultados de pesquisas em canais do Conjor e o envolvimento dos demais cursos de Jornalismo do Amazonas. 

Evento acontece entre os dias 23 e 26 de abril (Divulgação)

Ano passado, 375 participantes de todo o País se inscreveram no evento, realizado em conjunto com o 22º Encontro Nacional de Jornalismo (Enjor). Neste ano, a programação incluiu uma mesa-redonda com a jornalista Marina Atoji, do veículo Transparência Brasil, e a professora doutora Luziane Figueiredo, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Leia mais: Congresso na Ufam celebra 55 anos de ensino de jornalismo na Amazônia
Editado por Marcela Leiros
Revisado por Gustavo Gilona
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