A potência Amazônica

Nos últimos dias, os amazonenses foram surpreendidos com medidas que ameaçam a principal fonte de economia do nosso Estado, a Zona Franca de Manaus. Estamos falando de um número por volta de 500 mil empregos diretos e indiretos, nas mais de 600 indústrias situadas no nosso polo. Inicio com essa pauta, não para entrarmos em um viés político, afinal, esse não é o intuito desta coluna. Trouxe este assunto aqui para falarmos um pouco sobre outro viés da nossa economia, aquele que não é enxergado e também nem sempre valorizada pelo poder público.

Nosso potencial para o ecoturismo é indiscutível. São mais de 340 mil turistas que vêm ao Amazonas, anualmente – um número que tem como ser bem maior – em busca de conhecer nossas belezas naturais, nosso povo e nossas raízes. Só a temporada de pesca esportiva, em Barcelos, arrecada cerca de R$ 70 milhões.

A cultura da nossa região é única! O Festival de Parintins é o maior espetáculo folclórico da América Latina e a mão de obra artística de lá é respeitada e disputada no Brasil e fora dele. Saindo do universo bovino, temos o Festival de Cirandas, o Festival Amazonas de Ópera, o Festival Amazonas de Jazz, o
Amazonas Film Festival…

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A flora da nossa região, além de nos presentear com paisagens singulares, nos fornece plantas com alto potencial medicinal e cosmético. Nossos produtos são tão valorizados, mundialmente, que em grande parte nem chegam a estampar prateleiras locais, vão direto para outro lado do oceano. Sabe o famoso
Channel 5? Leva o nosso Pau Rosa.

O nosso bioma nos traz oportunidades gigantes de pesquisas nos mais diversos campos: biológicos, geológicos, meteorológicos e por aí vai. Com isso, estou dizendo que não devemos nos preocupar com a Zona Franca de Manaus? Jamais. Precisamos defendê-la até o nosso último suspiro. Ela é nossa, ela nos faz crescer, ela ajuda a manter a nossa floresta de pé. Mas entende como temos um potencial gigante que pode e deve ser explorado pelo povo amazonense? São novas vias econômicas que respeitam e valorizam a nossa Amazônia, expandindo o nosso leque de atuação.

Quando eu falei que criaria uma marca de sapatos, no Amazonas, algumas pessoas duvidaram, afinal, não somos referencial de moda. Hoje, a Sapatinho de Luxo é um dos maiores players deste segmento.
Ainda bem que eu acreditei no nosso potencial, né?

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(*)Amazônida, pai e sapateiro.

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