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Advogado pede penhora de casa de secretário do governador de RR
Justiça estadual recebeu ações contra empréstimo (Nucri/TJ-RR)
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11 de agosto de 2023
Winicyus Gonçalves – Da Revista Cenarium Amazônia
BOA VISTA (RR) – O advogado Pedro Duque, responsável pelo processo que condenou o ex-governador de Roraima e atual secretário da Casa Civil do Estado, Flamarion Portela, por uma licitação fraudulenta para compra de combustível, solicitou a penhora de uma casa, um terreno e bloqueio de aplicações de renda do ex-governador em um banco. A ação judicial foi movida em 2002.
Após perder o processo e ser condenado por improbidade administrativa, o Tribunal de Justiça de Roraima (TJ-RR) condenou o então governador a pagar mais de R$ 640 mil em honorários ao advogado. Portela teve dois carros penhorados após se negar a fazer o pagamento. Duque, então, solicitou à Justiça quebra de sigilo fiscal em razão da ausência de bens conhecidos que garantam o cumprimento da decisão.
“É importante porque reforça a necessidade de que a Justiça seja feita, neste caso, para que não permita que políticos ou outras pessoas ocultem bens para não cumprir decisões judiciais”, disse Duque.
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Conforme Pedro Duque, Portela decretou estado de emergência para conseguir fazer a compra emergencial do combustível. O advogado afirma que o combustível comprado nunca foi entregue ao Estado.
“Foi um ato claro de improbidade administrativa tomado pelo então governador [Flamarion Portela], e por mais que ele tentasse recorrer por várias vezes, a Justiça tem feito o que foi necessário e dentro do previsto em lei”, complementa Duque.
A REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA tentou contato com Portela, que não quis se pronunciar e orientou o contato à sua defesa. Já a defesa se manifestou à reportagem e afirmou que ainda não foi notificada sobre o pedido de penhora dos bens e irá se manifestar apenas nos autos do processo.
Histórico
O governador Antonio Denarium (Progressistas) nomeou Portela em 2021 como secretário-chefe da Casa Civil. Na pasta, ele articula ações do governo e mantém relações com outros Poderes. O ex-governador coleciona acusações de corrupção na Justiça. Portela foi acusado de envolvimento no “escândalo dos gafanhotos”, esquema de corrupção que desviou mais de R$ 230 milhões dos cofres públicos entre 1998 e 2002.
O ex-governador teve seu mandato cassado em 2004, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral de 2002, quando foi candidato ao cargo. A ação tramitou na Justiça por quase dois anos. O vice-procurador-geral eleitoral da época, Roberto Gurgel, pediu a cassação de Portela ao TSE.
Conforme Gurgel, o então governador utilizou programas sociais para se promover eleitoralmente. Portela aumentou o valor do vale alimentação, além de conceder anistia de débitos habitacionais de imóveis vendidos pelo extinto Banco de Roraima durante a campanha.
Cassado em agosto de 2004, Portela ainda conseguiu se manter no cargo após entrar com vários recursos para tentar derrubar a decisão. Contudo, a Justiça negou todos. Ele saiu definitivamente da cadeira governamental em novembro, cerca de dois anos antes de concluir o mandato. O segundo colocado nas eleições, Ottomar de Sousa Pinto, assumiu o governo após o ocorrido.
Em 2010, Flamarion voltou a se candidatar a um cargo público e foi eleito deputado estadual em Roraima. No entanto, teve a candidatura cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela Lei da Ficha Limpa.
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