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Agressão contra conselheira do TCE-AM deve ser investigada pela PF, afirma Flávio Dino
O ministro da Justiça, Flávio Dino, em reunião com a conselheira Yara Lins, e a senadora Soraya Thronicke (Foto: Divulgação)
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20 de outubro de 2023
Yana Lima – Da Revista Cenarium Amazônia
MANAUS – O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirma que os casos de violência de gênero devem ser tratados como crimes federais e, portanto, devem ser investigados pela Polícia Federal (PF). A afirmação ocorreu em reunião com a conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), Yara Lins, nessa quinta-feira, 19. Também participaram da reunião a senadora Soraya Thronicke (União-MS), o deputado federal Fausto Júnior (União), e o conselheiro do TCE-AM, Josué Cláudio.
A reunião teve como foco as agressões relatadas pela presidente do TCE-AM. Ela denuncia ter sido xingada pelo conselheiro Ari Moutinho Júnior, durante a sessão para eleição da nova mesa diretora da Corte, na qual ela foi eleita presidente, no último dia 3 de outubro.
Durante a reunião, Dino disse que a violência política de gênero virou uma verdadeira epidemia. Ele revelou que, desde janeiro, várias ocorrências semelhantes foram encaminhadas à PF como inquéritos policiais, enfatizando que entre as mensagens ameaçadoras existem até ameaças de “estupro corretivo“.
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“Infelizmente, há uma espécie de epidemia de violência política de gênero no Brasil. Desde janeiro tenho recebido parlamentares, vereadoras, deputadas, senadoras, chefes de Poder Executivo e, agora, a presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, que narra uma situação grave envolvendo um outro conselheiro, e por isso.“, afirma a ministro.
Dino afirma ainda que a PF está atuando em outros casos semelhantes. “Infelizmente, são dezenas de casos que chegaram ao Ministério da Justiça desde janeiro e foram transformados em inquérito policial que já tramitam na Polícia Federal”, afirma.
Denúncia
A conselheira Yara Lins formalizou sua denúncia na Delegacia-Geral do Amazonas, no dia 6 de outubro, relatando ameaças e insultos proferidos por seu adversário nas eleições do tribunal, ocorrida três dias antes. Segundo ela, momentos antes da eleição, recebeu xingamentos misóginos no plenário do TCE.
A conselheira, de 66 anos, é a única mulher que integra o Pleno do tribunal. Ela foi eleita presidente pela segunda vez, para assumir o comando do tribunal no biênio 2024-2025. Durante a reunião, a presidente Yara Lins reafirmou que foi agredida covardemente com palavras de baixo calão e ameaças.
“Acredito na Justiça do meu Estado e do meu Brasil. É o motivo de eu estar pedindo justiça. Com certeza há uma discriminação pelo fato de ser mulher. E eu acredito que mais por isso eu sofri essa agressão.”, disse a conselheira
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