Ambulatório cria grupo de apoio a familiares de LGBTQIA+ atendidos no setor de Diversidade Sexual e Gênero da Policlínica Codajás

Os interessados podem comparecer no ambulatório onde serão realizados os encontros (Reprodução/Internet)
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – Profissionais do Ambulatório de Diversidade Sexual e Gênero da Policlínica Codajás, localizada na Avenida Codajás, bairro Cachoeirinha, Zona Sul de Manaus, estão realizando encontros mensais que atuam como grupo de apoio às pessoas Lésbica, Gay, Bissexual, Transgênero, Travesti e Transexuais, Queer, Intersexual, Assexual (LGTBQIA+) que passam por atendimento de transição de gênero na unidade. Podem participar familiares, cônjuges ou pessoas aliadas que convivam e queiram compreender mais sobre o processo de transição de gênero no qual os pacientes do serviço se encontram.

Os interessados podem comparecer em horário comercial no ambulatório onde serão realizados os encontros. Conforme a psicóloga do setor de Diversidade Sexual e Gênero da Policlínica Codajás, Daniela dos Santos Dantas, a ação possibilita exercer o acolhimento em meio aos preconceitos vividos pelo grupo populacional.

A intervenção com familiares e pessoas aliadas por meio de grupo de apoio nasceu do frequente relato de não existência e fragilidade da rede de apoio na maioria dos usuários. Além disso, é comum o relato de práticas de assédio, bullying e preconceito praticados por membros da família e pessoas próximas e possibilita o conhecimento de ferramentas e dispositivos que possam contribuir no acolhimento para mitigar possíveis riscos à saúde e integridade dos nossos pacientes“, explica a psicóloga.

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A ação junto às famílias propõe aos participantes maior resiliência, aceitação e respeito aos filhos (Reprodução/Internet)

Fortalecimento e construção

Daniela conta que a ideia é focar em um trabalho preventivo, de fortalecimento, aceitação e construção de instrumentos para que os pacientes possam lidar com as dificuldades intrínsecas ao fenômeno da transexualidade, além de todas as dificuldades vividas por cada etapa do desenvolvimento.

A ação junto às famílias propõe aos participantes maior resiliência, aceitação e respeito aos filhos sem que sejam tolhidos ou impedidos de serem quem são. O que, segundo a psicóloga, auxilia no alívio do sofrimento relacionado à disforia de gênero, quando presente, diminuindo qualquer outra dificuldade psicossocial.

É fundamental investir em um trabalho centrado na aceitação familiar, visto que por meio de relatos de pessoas trans, geralmente, houve uma trajetória de muita dor, solidão e dificuldade. Acreditamos que família e o entorno de cada usuário deve ser uma unidade de cuidado e segurança, um dos principais suportes da vida, onde a troca de afeto contribui para o fortalecimento das relações, fundamentais para o desenvolvimento e a construção da identidade de cada um“, ressalta a profissional.

Atendimento à população LGBTQIA+

Inaugurado em setembro de 2017, com pouco mais de 20 pacientes, o Ambulatório de Diversidade Sexual e Gênero, até dezembro do ano passado, já ultrapassava a soma de 350 atendimentos com acompanhamento multidisciplinar para os LGBTQIA+ com suporte de psicólogos, ginecologista, endocrinologista, assistentes sociais e outros profissionais.

Exames, consultas, orientação para obter o nome social, acompanhamento hormonal e de mudança de voz são alguns dos serviços ofertados. O projeto recebe o apoio do Governo do Estado do Amazonas e é realizado em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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