Após aval de Bolsonaro, Pazuello deve ganhar cargo em secretaria ligada à Presidência

Para o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), um novo depoimento de Pazuello agora se tornou dispensável (Pablo Jacob/Agência O Globo)

Com informações do O Globo

BRASÍLIA – O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello deve ganhar um cargo na Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos (SAE), ligada diretamente ao gabinete presidencial. O presidente Jair Bolsonaro deu o aval para a nomeação. Entretanto, Pazuello já recusou um outro cargo oferecido a ele.

Caso seja confirmada, a nomeação ocorrerá após Pazuello ter blindado Bolsonaro em seu depoimento na CPI da Pandemia, no Senado, e dias depois ter comparecido a uma manifestação ao lado do presidente no Rio de Janeiro. Pela participação neste ato, o general da ativa está respondendo a um procedimento administrativo no Exército e pode ser punido.

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Segundo fontes do governo, Pazuello ficaria na Secretaria de Planejamento Estratégico ou na Secretaria de Estudos Estratégicos, ambas subordinadas à SAE, comandada pelo almirante Flávio Rocha. A possibilidade da nomeação foi antecipada pelo “UOL” e confirmada pelo GLOBO.

No início de maio, antes de prestar depoimento à CPI, Pazuello recusou um cargo na Secretaria-Geral da Presidência. O ato de nomeação chegou a ser assinado pelo ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, mas não foi publicado a pedido do militar.

Na época, o general também ameaçou abrir mão da defesa da Advocacia-Geral da União (AGU) na comissão e ser representado por um advogado particular caso não houvesse um pedido de habeas corpus. Com o receio de distanciamento do ex-ministro, Bolsonaro deu aval ao HC.

Ao demitir Pazuello do Ministério da Saúde no final de março, Bolsonaro sinalizou que o nomearia para outro ministério, mas houve resistência. Pazuello voltou ao Exército e foi transferido de Manaus para Brasília. No mês passado, foi oferecida ao militar a Secretaria Especial de Modernização do Estado, ligada à Secretaria-Geral da Presidência. Pessoas próximas ao ex-ministro, entretanto, alegam que ele não está interessado apenas em cargo e não via a secretaria como “uma missão”.

No Planalto, diversos auxiliares defendiam que o ex-ministro, um dos alvos preferidos da CPI, não estivesse tão próximo ao gabinete presidencial. Agora, no entanto, deve voltar ao Planalto em uma secretaria que é ligada diretamente à Presidência.

Pazuello prestou depoimento na CPI da Pandemia há duas semanas. Integrantes do governo avaliaram que o general cumpriu sua missão ao tentar blindar Bolsonaro e evitar expor o governo, procurando redirecionar responsabilidades para ações de Estados e municípios. A atuação chegou a ser elogiada pelo presidente em transmissão nas suas redes sociais.

Dias após seu depoimento, Pazuello compareceu a um passeio de moto organizado por Bolsonaro no Rio. O ex-ministro subiu ao palanque e discursou ao lado de Bolsonaro, o que motivou a abertura de um procedimento disciplinar no Exército, já que militares da ativa são proibidos de se manifestarem politicamente em público. Ao apresentar sua defesa, Pazuello afirmou que o ato não tinha caráter político. O argumento foi endossado em público por Bolsonaro. Agora, abe ao comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira, definir se general será punido ou não.

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