Área ocupada por garimpo em Terra Yanomami diminui quase 80%, diz Defesa

Terra Yanomami vista de cima (Christian Braga/Greenpeace)
Da Revista Cenarium Amazônia*

BRASÍLIA (DF) – A área ocupada pelo garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY) reduziu 78,51% neste ano, informou a assessoria de comunicação do Ministério da Defesa nesta sexta-feira, 15, creditando a saída dos garimpeiros à força-tarefa colocada em campo pelo governo federal após a crise humanitária envolvendo os indígenas da região.

Dados do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), do Ministério da Defesa, apontam que a área ocupada por garimpeiros nos primeiros nove meses deste ano é de 214 hectares. No mesmo período do ano passado, a área chegava a 999 hectares.

“A redução de quase 80% na área atingida mostra que a presença de garimpeiros é, atualmente, residual (se mantém em pequenas áreas na região), apresentando, nos últimos cinco meses, variação média de 4 hectares. As maiores concentrações observadas no início do ano foram desmobilizadas”, disse a Defesa, em nota.

PUBLICIDADE

Ainda segundo a pasta, a atuação da força-tarefa — que envolve diversos órgãos do governo federal — também já produziu efeitos sobre os rios da região.

Os rios Uraricoera e Mucajaí teriam recuperado suas cores naturais, de acordo com o ministério, devido à ausência do mercúrio, metal utilizado pelos garimpeiros responsável pelo tom amarelo dos rios.

A Defesa disse ainda que até o momento já foram detidos 146 garimpeiros em ações coordenadas com órgãos de segurança pública. Também foram apreendidos 40 toneladas de cassiterita, 1.675 gramas de ouro e 808 equipamentos.

A operação de desintrusão da área do povo yanomami entrou em campo no início do ano, quando veio à tona uma crise humanitária envolvendo os indígenas. O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou emergência de saúde para os yanomami e pôs em prática uma força-tarefa envolvendo militares, policiais, órgãos de proteção do meio ambiente e dos povos indígenas para retirar os invasores.

Cerca de 20 mil garimpeiros ocupavam a maior reserva indígena do Brasil, onde o garimpo figura como um problema antigo na região onde vivem os yanomami. Quando a reserva foi demarcada e reconhecida pelo governo em 1992, em Roraima, autoridades montaram uma operação para expulsar milhares de garimpeiros.

Eles voltaram à área, no entanto, em números expressivos sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que defendia a mineração em terras indígenas e cuja gestão fechou os olhos para invasões de reservas por garimpeiros e madeireiros ilegais.

Leia mais: Saúde Yanomami: empresa contratada por Bolsonaro tinha R$ 3 bi em pendências, aponta MPF
(*) Com informações da Folhapress
PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.