Ativistas pró-aborto nos EUA iniciam onda de protestos neste sábado, 14

Mulheres protestam pelo direito ao aborto do lado de fora do prédio da Suprema Corte dos Estados Unidos, em Washington, dia 5 deste mês. Onda de protestos vai começar neste sábado, 14 (Foto: Leah Millis / Reuters)
Com informações Estadão

WASHINGTON – Defensoras do direito ao aborto dos Estados Unidos protestam em diversas cidades americanas neste sábado, 14, para dar início a uma onda de manifestações se a Suprema Corte americana anular o caso Roe vs Wade, que legalizou o aborto nacionalmente na década de 70.

Os protestos são organizados pela Planned Parenthood, Women’s March e outros grupos a favor do aborto no país. Mais de 300 marchas intituladas “Bans Off Our Bodies” (’Proibição de nossos corpos’, em tradução livre) foram marcadas para este sábado. Os maiores protestos são esperados em Nova York, Washington, Los Angeles e Chicago.

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As manifestações são uma resposta ao vazamento da minuta da Suprema Corte que sugere a anulação da decisão Roe vs Wade, vazada no dia 2 deste mês. A decisão final do tribunal está prevista para o mês que vem e, caso Roe vs Wade seja anulado, pode dar aos estados o poder de proibir o aborto. Cerca de metade estaria disposto a proibir ou restringir severamente o direito ao aborto logo após a decisão, segundo levantamentos.

Mulheres protestam pelo direito ao aborto do lado de fora do prédio da Suprema Corte dos Estados Unidos, em Washington, dia 5 deste mês. Onda de protestos vai começar neste sábado, 14
Mulheres protestam pelo direito ao aborto do lado de fora do prédio da Suprema Corte dos Estados Unidos, em Washington, dia 5 deste mês. Onda de protestos vai começar neste sábado, 14 Foto: Leah Millis / Reuters

Os organizadores esperam que centenas de milhares de pessoas participem dos protestos deste sábado. Eles disseram ser o primeiro de muitos protestos coordenados em torno da decisão. “Para as mulheres deste país, este será um verão de raiva”, disse Rachel Carmona, presidente da Marcha das Mulheres.

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“Seremos ingovernáveis até que este governo comece a trabalhar para nós, até que os ataques a nossos corpos diminuam, até que o direito ao aborto seja codificado em lei”, acrescentou.

Os democratas, que atualmente ocupam a Casa Branca e as duas câmaras do Congresso, esperam que a reação à decisão da Suprema Corte leve os candidatos de seu partido à vitória nas eleições de novembro.

Entretanto, outras questões serão levadas em conta na hora do voto, como os preços crescentes de gás e alimento, e pode haver um ceticismo quanto à capacidade dos democratas em proteger o direito ao aborto. No passado recente, os esforços democratas para aprovar uma legislação federal que consagraria o direito ao aborto no país fracassaram.

Neste sábado, manifestantes na cidade de Nova York planejam marchar pela ponte do Brooklyn, enquanto manifestantes em Washington se reunirão no Monumento a Washington e depois seguirão para a Suprema Corte. Manifestantes de Los Angeles planejavam se reunir na Prefeitura, e um grupo em Austin deveria se reunir na capital do estado do Texas.

Na semana passada, manifestantes se reuniram do lado de fora das casas dos juízes da Suprema Corte Samuel Alito e Brett Kavanaugh, que votaram para derrubar Roe v. Wade, de acordo com a minuta vazada.

O Students for Life of America, um grupo de defesa antiaborto com sedes em campus em todo o país, disse que estava realizando contra-protestos neste sábado em nove cidades dos EUA, incluindo Washington. 

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