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Blog de empresário da Saúde no AM posta fake news sobre hospital João Lúcio
Sérgio Chalub é proprietário do blog Portal Giro AM 24h. (Edição: Mateus Moura)
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07 de dezembro de 2023
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium Amazônia*
MANAUS (AM) – O blog Giro AM 24h, do empresário Sérgio Chalub, compartilhou nessa quarta-feira, 6, fake news ao afirmar que o vídeo de um homem em surto psicótico foi gravado no Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, localizado no bairro Coroado, Zona Leste de Manaus (AM). A verdade é que as imagens foram filmadas na cidade de Abaetetuba, a 123 quilômetros de Belém, no Pará, informação confirmada pela Prefeitura da cidade.
Chalub é empresário do ramo da saúde e foi um dos indiciados na CPI da Saúde, no Amazonas, e preso na quarta fase da “Operação Sangria”, em 2021, que investigou fraudes no sistema público de saúde do Estado. Ele é proprietário da empresa Madim Manaus Diagnósticos Médicos de Apoio à Gestão de Saúde Ltda., sob CNPJ 08.219.827/0001-00, como mostra o site da Receita Federal. Em consulta sobre o domínio giroam24h.com.br, ele aparece como titular.
A reportagem solicitou contato com Sergio Chalub, por meio da empresa Madim, na quinta-feira, 7. Apenas no dia 11 de dezembro a empresa respondeu, afirmando que o empresário não iria se manifestar.
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Fake news
Na publicação do Giro AM 24H, o blog afirma, erroneamente, que o caso ocorreu nessa quarta-feira e que o homem se descontrolou por “falta de insumos e demora no atendimento no João Lúcio“. Nesta quinta-feira, 7, a CENARIUM verificou que o vídeo continua no ar, com a fake news.
O Governo do Amazonas usou as redes sociais para rebater a desinformação. “As imagens que estão circulando de um homem depredando um hospital NÃO aconteceram no Hospital Pronto-Socorro João Lúcio, em Manaus”, afirma postagem do governo.
No vídeo gravado por pacientes, o homem, em visível estado de descontrole, quebra uma porta e ameaça agredir seguranças da unidade de saúde. Outras pessoas que estavam no local ficam nervosas e gritam por ajuda. Há informações de que outros homens se reuniram para conter o paciente.
Veja o vídeo:
Segundo a Prefeitura de Abaetetuba, cidade do nordeste do Pará, o caso aconteceu no dia 18 de novembro. O homem era um paciente crônico, com grave transtorno mental, e estava afastado do tratamento na rede pública de saúde. Ele precisou ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros. Não houve feridos e o paciente foi encaminhado para Belém.
“Durante o atendimento, ele saiu da contenção e danificou alguns objetos na unidade. A situação foi logo contornada e não houve feridos, apenas prejuízos materiais“, disse a prefeitura em nota, na época. “O paciente foi medicado e transferido para um hospital psiquiátrico de referência na capital, onde receberá o tratamento adequado“.
Desinformação
Integrante do projeto Comprova, que reúne jornalistas de veículos brasileiros para investigar informações suspeitas sobre políticas públicas compartilhadas em redes sociais ou aplicativos de mensagens, o professor e pesquisador José Antonio Lima indica que conteúdos desinformativos são muito nocivos.
Ele explica que os conteúdos falsos aproveitam-se do que é transmitido no noticiário normal e que, por mais que a imprensa tome os cuidados para lidar, por exemplo, com imagens ou relatos de violência, é possível observar que nas redes sociais o filtro praticamente não existe. “Esse é um fator agravante no cenário atual porque a gente entende que essas emoções fortes acabam por dificultar para as pessoas o processo de identificar o que é ou não real”.
O profissional defende que é necessário estar atento para não compartilhar conteúdos dos quais não se conheça a procedência. “Como uma cena violenta, por exemplo, que tem só o vídeo com ou sem informação de texto. Se você não sabe quem filmou, qual foi o contexto, ou quando ocorreu, não compartilhe. Há chance muito grande de ter um teor enganoso”, afirma Lima.
Outro alerta feito por ele é sobre o cuidado com mensagens que têm tom de urgência, letras maiúsculas, emojis, sinais de sirene e pontos de exclamação. É preciso desconfiar ainda de conteúdos com teor conspiratório. “Basta a pessoa fazer uma busca, seja na imprensa brasileira ou internacional porque há reportagens plurais. O tom conspiratório sempre é um indicativo de desinformação”, acrescenta.
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