Bolsonaro acena a eleitores ao discursar em sessão que promulgou a PEC Eleitoral

Bolsonaro voltou a citar que o governo enfrentou diversos desafios que teriam atrapalhado um melhor desempenho. Citou, inclusive, a pandemia e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que usou para justificar o aumento da inflação e do preço dos combustíveis (Reprodução)
Com informações do Infoglobo

BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro adotou um tom de campanha durante discurso na sessão do Congresso Nacional que promulgou a proposta de emenda à Constituição (PEC) Eleitoral que autoriza o governo a gastar R$ 41,2 bilhões para conceder benefícios a menos de três meses das eleições. Além de citar feitos de sua gestão, Bolsonaro acenou para grupos onde tem baixo desempenho nas pesquisas eleitorais e que são foco de atuação do seu núcleo duro de campanha: as mulheres e a população de baixa renda.

— Juntamente com o Parlamento, aprovamos o Auxílio Emergencial. Auxílio esse que atendeu no final das contas a 68 milhões de pessoas. O gasto em 2020 equivaleu a 15 anos de Bolsa Família. É um governo que, juntamente com o parlamento brasileiro, “teve olhar” todo especial para esses mais vulneráveis.

Ao citar o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600, autorizado pela PEC promulgada nesta quinta-feira até 31 de dezembro, ele ressaltou que a maior parte dos beneficiários é de mulheres, em um aceno ao grupo. Bolsonaro enfrenta uma rejeição de 61% entre as mulheres, o que alerta a campanha para a necessidade de se aproximar do grupo.

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Bolsonaro voltou a citar que o governo enfrentou diversos desafios que teriam atrapalhado um melhor desempenho. Citou, inclusive, a pandemia e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que usou para justificar o aumento da inflação e do preço dos combustíveis, temas que preocupam o governo às vésperas da eleição. Bolsonaro voltou a falar que são problemas que estão “no mundo todo”.

— Uma guerra que eclodiu no início deste ano entre dois países fez com que se agravassem as consequências econômicas para toda a sociedade brasileira. A inflação se fez presente, não apenas no Brasil, mas no mundo todo, em especial, no tocado a gêneros alimentícios e bens como combustíveis.

Ele seguiu afirmando que o governo federal adotou medidas imediatas para amenizar os impactos financeiros no bolso da população. Citou, por exemplo, que o governo federal zerou os impostos federais sobre o gás de cozinha, PIS/Cofins no óleo diesel e o teto do ICMS sancionado em junho.

— Isso se fará pesar para uma inflação bem menor no próximo ano, ousando a dizer que pode haver, inclusive, deflação. É o Brasil voltando à normalidade que se caracterizou no período pré-pandemia, afirmou.

A PEC autoriza um pacote de bondades de R$ 41,2 bilhões neste ano, ao instituir um estado de emergência no Brasil. A Emenda prevê o aumento de R$ 400 para R$ 600 no valor do Auxílio Brasil e ainda busca zerar a fila para o benefício.

Também dobra o valor do vale-gás e cria um auxílio para caminhoneiros e também para taxistas.

Presidente adiou ‘live’

Bolsonaro chegou ao Senado antes do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e precisou esperar por cerca de dez minutos na sala da presidência. O presidente foi aplaudido por aliados ao entrar no plenário ao lado de Pacheco e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira; da Advocacia-Geral da União, Bruno Bianco; da Secretaria de Governo, Célio Faria; do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; e de Minas e Energia, Adolfo Sachida acompanharam Bolsonaro na solenidade.

Bolsonaro decidiu ir caminhando ao Congresso. Ele chegou de viagem, do Maranhão, por volta das 17h e seguiu da base aérea para o Planalto, onde chegou com roupa esportiva. Ele se arrumou no próprio gabinete e desceu a rampa do Palácio para vir até o Congresso. Ao contrário do que costuma ocorrer, o Gabinete de Segurança Institucional não fechou o trânsito na Esplanada dos Ministérios. Bolsonaro e comitiva, então, esperaram o semáforo fechar para atravessar a rua.

Bolsonaro, Pacheco e Arthur Lira entraram juntos no plenário do Senado, onde ocorreu a cerimônia de promulgação. No caminho, o presidente recebeu cumprimentos e parou para falar com Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, e Bia Kicis (PL-DF).

Lira e Pacheco discursam

Em discurso, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), elogiou os “esforços” dos parlamentares na aprovação da PEC Eleitoral e afirmou que o Legislativo segue “dando provas para enfrentar um amplo leque de desafios pelos quais passam a sociedade brasileira”.

— Temos a certeza de que esse conjunto de medidas provocará um impacto muito positivo na redução da pobreza no nosso País, minimizando seus efeitos tão deletérios para nosso povo, disse o deputado.

Lira também comentou sobre a promulgação da PEC do Piso da Enfermagem e da que limita a apresentação de recursos no Supremo Tribunal de Justiça (STJ). O parlamentar aproveitou a oportunidade para novamente parabenizar os senadores e deputados.

— É com trabalho como este que oferecemos as melhores respostas ao povo que nos confiou o poder de representação, e que entregamos ao nosso País os instrumentos de que ele necessita para avançar no caminho do progresso e da justiça social, afirmou.

O trabalho de Lira e de Pacheco para acelerar a tramitação foi fundamental para a aprovação rápida da proposta.

O presidente do Senado afirmou em seu discurso que a PEC Eleitoral visa enfrentar um problema de gravidade e urgência e ressaltou que apesar de PECs demandarem uma tramitação mais lenta, a aprovação aconteceu com “celeridade”.

— A Emenda que ora promulgamos visa amenizar, para a população brasileira, os nefastos efeitos sociais e econômicos advindos do processo inflacionário observado nos últimos meses em quase todos os países do globo, disse Pacheco.

Assim como Lira, Pacheco também agradeceu aos parlamentares e mencionou os relatores dos textos, entre eles o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e Carlos Portinho (PL-RJ).

— Cumprimos aqui, sras. deputadas, srs. deputados, sras. senadoras, srs. senadores, uma importante tarefa para proteger a população brasileira dos penosos efeitos sociais e econômicos que ensejam a declaração do atual estado de emergência, afirmou.

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