Bolsonaro critica restrições e fala em risco de invasões a supermercados

A ministra Carmén Lúcia pediu ao presidente da corte, Luiz Fux, que o caso fosse incluído na pauta de julgamentos, mas ainda não há data marcada para a discussão (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Com informações do Estadão

BRASÍLIA – Um dia após adotar tom moderado ao falar da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro criticou duramente as restrições impostas por governadores para tentar conter o avanço da Covid-19 no País, que classificou como “irresponsabilidades”.

Durante participação virtual em reunião no Senado, nesta quinta-feira, 11, Bolsonaro citou a possibilidade de invasões a supermercados, fogo em ônibus e greves em função do lockdown.

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O presidente da República participou do evento enquanto estava no Palácio do Planalto, ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes. Diferentemente de quarta-feira, 10, Bolsonaro não usava máscara, enquanto o auxiliar estava com o equipamento de proteção no rosto. 

Bolsonaro criticou diretamente as medidas adotadas pelos governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Doria anunciou nesta quinta-feira, 11, novas restrições, inclusive toque de recolher no Estado, medida também aplicada no Distrito Federal. Bolsonaro comparou o isolamento a um “sapo fervido”, ou seja, depois de aumentada a temperatura, “não sai mais da panela”. 

O presidente afirmou ainda que as restrições impõem uma espécie de estado no País, que só o chefe do Executivo poderia decretar, com aprovação do Congresso Nacional.

As críticas feitas pelo presidente a medidas de isolamento social não são novas. Nessa quarta-feira, 10, porém, horas após o ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva atacar a gestão da pandemia pelo governo federal, Bolsonaro mudou sua conduta em evento no Palácio do Planalto.

Na ocasião, chegou a justificar as restrições de circulação como medida necessária para que houvesse tempo para hospitais se preparar para o aumento da demanda de pacientes.

Nas últimas duas semanas, o Brasil registrou aumento de 43% na média diária de óbitos. Em 25 de fevereiro, o número estava em 1.150. Agora está em 1.645, o maior da pandemia. Na quarta-feira, 10, o Brasil registrou 2.349 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com dados do consórcio formado por veículos de imprensa.

“Lamento todas as mortes que ocorrem. Lamento essa desgraça que se abateu sobre o mundo, mas nós temos que olhar para frente”, afirmou Bolsonaro. Em seguida, defendeu vacinar a população.

“Temos que buscar minimizar a dor dessas pessoas, buscar minimizá-la com vacina. Toma vacina. Abrimos para comprar praticamente de todos os laboratórios depois de aprovado pela anvisa”, afirma o presidente.

No fim do ano passado, porém, o próprio presidente disse que a pressa pela chegada dos imunizantes “não se justifica” e que as farmacêuticas é que deveriam estar interessadas em negociar com o governo. “Pessoal diz que eu tenho que ir atrás. Se sou vendedor, eu quero apresentar”, disse Bolsonaro em 28 de dezembro.  Na mesma ocasião, disse que não tomaria a vacina quando ela estivesse disponível.

Ele também chegou a rejeitar a compra de imunizantes da China por causa da “origem” e desdenhou do produto da Pfizer ao dizer que não se responsabilizaria caso alguém virasse “jacaré” ao tomar a vacina. “Não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema de você’”, disse Bolsonaro em 17 de dezembro.

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