Câmara Municipal de Porto Alegre aprova ‘Dia do Patriota’ a ser comemorado em 8 de janeiro

Ataque antidemocrático em Brasília (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium Amazônia

MANAUS (AM) – Utilizando o 8 de janeiro, mesma data em que milhares de pessoas invadiram e depredaram a praça dos Três Poderes, em Brasília, a Câmara Municipal de Porto Alegre reconheceu a data como “Dia do Patriota”. O projeto foi proposto pelo vereador Alexandre Bobadra (PL-RS), que teve o mandato cassado este mês por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação nas eleições de 2020.

Protocolada em março, a proposta, que agora é lei, homenageia a figura do “patriota”, identificado no projeto como aquele que ama o País. Porém, a data escolhida para a comemoração faz referência à tentativa de golpe ocorrida após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, nas eleições de 2022.

Manifestantes em ato contra governo no dia 8 de janeiro 2023 (Reprodução/Agência Brasil)

Com o movimento contrário à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vários autodeclarados patriotas tomaram as ruas do País em manifestação que durou mais de três meses e culminou na invasão do Supremo Tribunal Federal, Palácio do Planalto e Congresso Nacional. Mais de mil pessoas foram presas após os atos de vandalismo.

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A Lei n.º 13.530/23, protocolada em março, passou pela Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece), Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (CEDECONDH) e Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sendo enviada à sanção do prefeito Sebastião Melo (MDB-RS) em junho. Passado o prazo para a sanção do executivo, o texto voltou à Casa Legislativa e foi promulgado pelo presidente da Câmara, Hamilton Sossmeier (PTB-RS).

Invasão do Congresso em 8 de janeiro de 2023 (Reprodução/Valor Econômico)

Na justificativa, o autor do projeto pontua que o patriotismo tem sido alvo de chacota no Brasil e cita o falecido guru da família Bolsonaro, e autodeclarado filósofo, Olavo de Carvalho. “O Brasil hoje enfrenta um perigoso processo de extinção do que é seu patriotismo. São diversas as vanguardas de ataque: a mídia, o ensino, as entidades globalistas, as universidades, a cultura militante. É uma ação iconoclasta, que visa derrubar todos os símbolos que remetem à cultura brasileira e seus grandes feitos, sem necessariamente propor algo para substituir o vazio gerado“, escreveu.

Estão prontos até para taxar de fascistas os que tomam a peito trazer algum patriotismo para o País. O patriota luta para que a nação e seus símbolos sejam preservados, valorizados e transmitidos, tudo
isso, aliado à construção de uma sociedade presente melhor
“, justifica a proposta, afirmando que no Brasil não há “herança brasileira“.

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