Caso Dom e Bruno: testemunhas e acusados começam a ser ouvidos pela Justiça

Da esquerda à direita: Amarildo da Costa Oliveira, Oseney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima. (Reprodução/ Internet)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – As primeiras audiências de instrução e julgamento na Justiça Federal do que ficou conhecido como “Caso Dom e Bruno” vão iniciar em Tabatinga, a 1.107 quilômetros de Manaus, ainda nesta segunda-feira, 20, e devem ser encerradas na quarta-feira, 22. Durante os três dias, serão ouvidas 15 testemunhas, e três acusados vão depor por meio de videoconferência. As audiências definirão se os suspeitos vão a Júri Popular.

A previsão era que o primeiro dia de audiências iniciasse às 8h, no horário local. Um problema na internet dos presídios onde os suspeitos se encontram, entretanto, motivou um adiamento para as 13h de hoje, se o problema for solucionado.

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No processo, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou Amarildo da Costa Oliveira, conhecido pelo “Pelado”; Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Dantos”; e Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”, pelo assassinato das vítimas.

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De acordo com a assessoria da Justiça Federal no Amazonas, a previsão é que as testemunhas Orlando de Moraes Possuelo (indigenista e consultor da Univaja); Raimundo Bento da Costa (tio de Pelado); Francisco Figueira Ferreira; e Alzenira do Nascimento Gomes (esposa do pescador Manoel Vitor Sabino da Costa, o Churrasco), sejam ouvidas nesta segunda.

Entenda o caso

O indigenista licenciado da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) Bruno da Cunha Araújo Pereira e o jornalista britânico Dominic Mark Phillips, o “Dom Phillips”, foram assassinados em junho de 2022, na região amazônica do Vale do Javari, a segunda maior reserva indígena do País.

Eles desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação na Amazônia, e foram vistos pela última vez no dia 5 de junho, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael.

Além dos três acusados, a Polícia Federal (PF) apontou que o mandante intelectual do crime é Ruben Villar, conhecido como Colômbia. As investigações mostraram que “Colômbia” forneceu as munições e embarcações para a execução do crime, motivado por conta da fiscalização para combater a pesca ilegal na região.

Ruben Villar Coelho, conhecido como ‘Colômbia’, é apontado como chefe do esquema de lavagem de dinheiro do narcotráfico por meio da pesca ilegal no Vale do Javari. (Divulgação)

Visita da ministra

Ao mesmo tempo em que ocorre a audiência de instrução, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Rosa Weber, vai participar, nesta segunda-feira, 20, de uma missão junto a comunidades indígenas do Alto Solimões e do Vale do Javari e representantes do poder público do Amazonas.

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Entre os objetivos da missão, estão a aproximação da Justiça brasileira a serviço das populações originárias e reforço da presença do Estado em região estratégica com elevada importância para preservação ambiental, considerando o que ocorreu com o indigenista e o jornalista britânico.

Além de representantes do CNJ e do Tribunal de Justiça do Amazonas, incluindo a presidente, desembargadora Nélia Caminha Jorge, participam da missão o governador do Estado, Wilson Lima, e outros representantes do sistema de justiça.

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