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CEO que captou R$ 17,5 mi para cooperativas do MST quer financiar indígenas e quilombolas
Indígenas e quilombolas podem receber investimento do mercado de capitais (Ricardo Oliveira/Cenarium)
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04 de outubro de 2021
Bruno Pacheco – Da Cenarium
MANAUS – João Paulo Pacífico, CEO ativista do Grupo Gaia, responsável pela captação de R$ 17,5 milhões no mercado de capitais, numa operação inédita que beneficiou sete cooperativas de agricultura familiar do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), quer financiar projetos de indígenas e quilombolas. Em uma publicação nesse domingo, 3, nas redes sociais, ele falou sobre o desejo de criar novos caminhos para o mercado financeiro.
“Muitos ficaram sabendo da operação do MST, mas já fizemos outras coisas, que vou contando aos poucos por aqui… E isso é só o começo… Pode acreditar, a gente vai criar novos caminhos para o mundo financeiro… E para sociedade”, escreveu Pacífico, no Instagram.
O CEO lembra que, no começo do ano, decidiu formar um time dedicado para fazer as operações de impacto da Gaia, e que a dedicação dele seria de 100% para esse grupo. Segundo ele, a escolha foi ter feito um time pequeno, mas consciente e engajado, e que tivesse condições de usar as ferramentas do mercado de capitais para transformar vidas.
“Normalmente, o mercado financeiro é danoso para sociedade. O materialismo e o egoísmo são muito fortes… mas precisamos mudar isso! No processo de definições e estratégias, nos inspiramos nessas duas acima. E o legal é que a transformação está acontecendo… (mesmo com alguns torcendo contra)”, salientou.
O resultado foi a conclusão bem-sucedida da emblemática operação para o mercado brasileiro de capitais, que garantiu a emissão dos Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRAs) para as cooperativas. À Folhapress, João Paulo Pacífico falou da magnitude dessa captação de R$ 17,5 milhões e destacou que essa foi a primeira vez que um movimento social no Brasil acessou, nessa escala, um capital que não chegava neles. Segundo ele, esse recurso estava até então restrito a grandes empresas.
“Viabilizamos um instrumento financeiro às cooperativas de agricultura familiar que chegou com toda governança necessária, que muita gente não achava que seria possível”, destacou Pacífico à Folhapress.
Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) é um título de renda fixa emitido por securitizadoras para financiar atividades do setor do agronegócio. O MST terá uma taxa de remuneração prefixada dos CRAs de 5,5% ao ano, com vencimento em 2026. Ao todo, cerca de 1,5 mil investidores conseguiram aplicar nos certificados, sendo possível comprar os títulos a partir de R$ 100.
Os recursos da operação beneficiam, aproximadamente, 13 mil agricultores. Segundo João Paulo Pacífico, o próximo passo é expandir a captação para outros movimentos sociais e os povos originários, como os indígenas e quilombolas.
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