Combate à Fome tem de ser prioridade

Não são números frios nem meras estatísticas. É a nossa tragédia diária. Em pouco mais de um ano, o Brasil saiu de um cenário de 19 milhões de pessoas em situação de fome, em 2020, para 33 milhões em 2021, 14 milhões a mais de brasileiros passando fome. A Região Norte lidera o ranking dos que mais se preocupam com o acesso a alimentos: 71,6%.

Os dados são da pesquisa Vigisan (Inquérito Nacional sobre Segurança alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil). A fome também tem lugar de moradia, está nas favelas e periferias, tem raça – negra e parda, e gênero: nos lares das mães solo.

Escolhas equivocadas já tiraram de muitos o direito de comer carne, depois o frango, e agora de comer ovo. No interior do meu Amazonas uma cartela de ovos varia entre R$ 30 a R$ 60 reais. Mais do que nunca, a agenda do combate à fome é urgente.

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Em parceria com a entidade Ação da Cidadania e as Frentes Parlamentares de Combate à Fome e de Segurança Alimentar, lançamos a Agenda Betinho Contra a Fome. Tivemos a presença do Daniel de Souza, filho do sociólogo Herbert de Souza, o saudoso Betinho que, em 1993 criou a “Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida”.

Foi quando nasceu a consciência de que a fome era um problema que precisava ser combatido. Constam da Agenda Betinho, 40 propostas cujo objetivo é contribuir com a garantia, desenvolvimento e fortalecimento das políticas públicas municipais de Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil.

Consegui mobilizar empresas como a AMBEV, Vivo e Natura, além de entidades como a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos (ABIA), que se dispõem a contribuir com ações para colocar comida na mesa dos que mais precisam. Mas essa não deve ser uma luta de poucos: precisa de uma sociedade inteira para sairmos vitoriosos.

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(*)Marcelo Ramos é advogado, professor de Direito Constitucional e vice-presidente da Câmara Federal.

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