Conferência internacional aponta os rumos da economia sustentável na Amazônia a partir dos créditos de carbono

O evento ocorrido em Manaus apontou horizontes econômicos a partir dos serviços ambientais da floresta, convertidos em créditos de carbono (Cesar Alejos/CENARIUM)
Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Temas relacionados ao desenvolvimento da Amazônia, com foco em tecnologia e economia sustentável, foi o centro do debate da 1ª Conferência Internacional de Finanças Sustentáveis e Economia Criativa da Amazônia, promovido pelo Governo do Estado do Amazonas, por meio da Companhia Amazonense de Desenvolvimento e Mobilização de Ativos (Cada). Ao todo foram dois dias de evento realizados no Centro Cultural Palácio Rio Negro, localizado na Avenida 7 de Setembro, com o BNDS, Ambify, CVM, Abcripto e Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (SEC).

Mércia Monteiro, da Cada, afirma que o povo da floresta é o verdadeiro guardião da Amazônia e para quem deve estar voltadas as políticas econômicas do Estado (César Alejos/CENARIUM)

Durante a abertura da conferência, o debate sobre o uso dos créditos de carbono se intensificou. A ideia é criar um ativo de cobrança mirando em recursos estrangeiros como forma de pagamento pelos serviços ambientais prestados pela Floresta Amazônica. O debate vem na esteira do decreto assinado em novembro, pelo governador Wilson Lima que estabelece as cotas e a alocação dos créditos de carbono. O Amazonas tem mais de 809,6 milhões de toneladas de carbono equivalente (tCO2e) disponíveis para venda.

De acordo com Acram Isper Jr., diretor-presidente da Cada, o Amazonas está diante de uma nova realidade econômica que pode se consolidar em parceria com o Polo Industrial de Manaus (PIM). “A venda do crédito de carbono em nosso Estado é um celeiro que está aberto e esperando para receber os investimentos do mundo para que, em parceria com o modelo Zona Franca de Manaus, possamos desenvolver uma matriz econômica sólida“, adiantou.

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Momento

Para o gestor da Cada, o momento é oportuno para se consolidar a leitura política e econômica de que a Amazônia é mais importante “em pé do que deitada”. Por isso, eventos como o que acontece no Centro Cultural Palácio Rio Negro são fundamentais. “A ideia deste evento é deixar claro que não é necessário desmatar para evoluir economicamente e mostrar para o Brasil e para o mundo os atrativos dos investimentos que o Amazonas tem”, destacou Acram Isper Jr.

À luz do mercado de créditos de carbono, desmatar e queimar a Amazônia gera prejuízos ambientais e econômicos para o Brasil (Reprodução/Ipam)

Mércia Monteiro, diretora operacional da Cada, comemorou a iniciativa. “Estamos falando da primeira conferência internacional de finanças sustentáveis na Amazônia. É uma iniciativa do Governo do Estado que está, pela primeira vez, realizando esse evento no Amazonas. É algo grandioso e extremamente relevante para a nossa região e, principalmente, para toda a Amazônia”, observou.

Ainda de acordo com Mércia, todos os arranjos e projetos econômicos voltados para a Amazônia devem ter, como prioridade, o povo da floresta. “Nossa região tem seus atores principais e eles são os povos tradicionais que habitam a nossa floresta. A sustentabilidade não existe sem eles. Quando falamos em economia não podemos esquecer de quem realmente cuida da Amazônia. Quem realmente são os guardiões da floresta, que é o próprio povo da Amazônia“, finalizou.

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