CPI da Covid: verdades e mentiras comprometem depoimento de Eduardo Pazuello

Falando em militares, desde a redemocratização não se vê no país tanto fardado citado em negociatas escusas (Reprodução/Internet)
Via Brasília – Da Revista Cenarium

Pazuello avisou

Em pelo duas ocasiões o ex-ministro Eduardo Pazuello disse a verdade ao falar sobre a sua atuação à frente da Saúde. No célebre “um manda, outro obedece”, deixando claro que o ministro sempre foi Jair Bolsonaro e em seu último discurso na Pasta, quando insinuou que “lideranças políticas” pediam propina ao órgão. As declarações foram feitas em evento fechado à imprensa, quando o militar passava o cargo para o antecessor Marcelo Queiroga. Bolsonaro ouviu e nada fez ou mandou apurar. Falando em militares, desde a redemocratização não se vê no País tanto fardado citado em negociatas escusas. É um tal de “capitão pra cá”, “general e coronel pra lá”. Sintomas da “pazuellização” da saúde em parceria com o Centrão, diz um analista político.

MPF vê improbidade

Aliás, a “pazuellização” na Saúde já é alvo do Ministério Público Federal, que entrou com ação de improbidade administrativa contra o ex-ministro da Saúde atribuindo a Pazuello uma série de omissões relacionadas ao combate à pandemia, entre elas a ‘negligência’ na compra de vacinas e a ‘adoção ilegal’ do chamado ‘tratamento precoce como principal ação de política pública para enfrentar o coronavírus’. A Procuradoria aponta quase R$ R$ 122 milhões em danos ao erário decorrentes de decisões equivocadas em sua gestão que, segundo o MPF, era “desprovida de caráter técnico”. Pazuello faria ao menos um bem à saúde mental e moral do País se viesse a público apontar quem eram os que buscavam “pixuleco.” Mas falta grandeza e sobra medo de incriminar o chefe.

Esculhambação no MS

A coisa no Ministério da Saúde anda tão “enrolada” – para usar um termo da moda – que até seita evangélica quis vender vacinas ao governo. Depois das transações nebulosas com uma empresa que se abriga num galpão vazio nos EUA, com o enrolado cabo da PM, Luiz Paulo Dominguetti, no comando das negociações, surge nos registros uma obscura Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah). Entidade evangélica comandada pelo reverendo Amilton Gomes de Paula também ofereceu vacinas AstraZeneca Janssen, laboratórios que só negociam com governos. O reverendo, que tem fotos ao lado de Flávio Bolsonaro e Carla Zambelli, também chegou ao ministério pelas mãos do cabo Dominghetti.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.