Diversidade, inclusão e equidade: empresas brasileiras têm cada vez mais interesse sobre o tema

Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – De acordo com o estudo “DE&I pós 2020: progresso real ou ilusão?” feito pela consultoria de recursos humanos Korn Ferry e publicado em abril deste ano, 85% das empresas brasileiras empenharam investimentos de forma acelerada quando o assunto é diversidade, equidade e inclusão no mercado de trabalho. O levantamento foi realizado com 250 companhias entre os anos de 2020 e 2021.

Embora o número seja elevado, o estudo mostra que apenas 14% das organizações avaliam que seus esforços sobre a temática estão sendo mais efetivos. Nos últimos 12 meses, a pesquisa também apontou que 46% delas se empenharam sobre a temática de forma progressiva. Na leitura da especialista em gestão de pessoas e líderes no mercado de trabalho, Cintia Lima, a pauta é uma realidade que tem sido compreendida pelas corporações ao longo do tempo.

“As empresas vêm nessa busca de quererem adequar essa realidade não só por uma questão social, mas pela necessidade. Uma vez que elas percebem que pela diversidade e inclusão elas conseguem mais resultados positivos e geram oportunidade para mais pessoas”, conta a profissional.

Motivações e desafios

Conforme o texto, uns dos principais fatores que resultaram no empenho e investimento de forma mais célere quando o foco é diversidade, equidade e inclusão são; marca e reputação (57,6%), fatores relacionadas ESG compliance (57,6%), colaboradores (65,9%), CEO/Time Executivo (70,3%).

Entre os maiores desafios citados no estudo estão o orçamento (35,5%), vinculação de custo e resultados (39,5%), assegurar líderes responsáveis (48,7%), mudar comportamentos (67,5%), transformar intenção em iniciativas pragmáticas (69,5%).

“É um grande desafio, mas é o caminho certo a se fazer. Precisamos lidar com aquilo que chamamos de viés inconsciente, onde não entendemos e nem percebemos que ainda temos guardado algum tipo de preconceito, e um ambiente diverso trabalha o coletivo e também o individual”, explica a gestora Cintia Lima.

Para a líder regional de Diversidade, Equidade e Inclusão da Korn Ferry, Cecília Pinzon, quanto mais as grandes empresas abraçam a causa e abrem portas para a diversidade, mais pequenos negócios ou até mesmo empreendimentos que estão iniciando terão referências positivas sobre a iniciativa.

“É sempre bom quando as grandes companhias começam a fazer diferentes jornadas, pois criam tendências, tornam-se referências para as empresas menores, com as iniciativas de diversidade e inclusão, além de fomentar ainda mais as discussões sobre o tema” ressalta a líder.

Ambiente Produtivo

Ao longo de seus 20 anos atuando como especialista em gestão de pessoas e líderes em ambientes de trabalho, Cíntia destaca que entre os inúmeros benefícios dentro de uma organização plural e inclusiva estão, principalmente, o aumento da criatividade organizacional e mais produtividade. A profissional atenta que a diversidade e inclusão são válidas, somente, quando a empresa entende, efetivamente, as necessidades e competências individuais e soma com o funcionário da melhor maneira possível.

“Um ambiente diverso, inclusivo e acessível, pelo modelo diferente de pessoas que ele oferece, pelas experiências e perspectivas, consegue ter um olhar diferenciado e soluções para os problemas sobre ângulos diversos, isso aumenta o horizonte dessa organização de forma enriquecedora. Também nos mobiliza para nossas empatias, reconhecimento das nossas fragilidades e faz com que trabalhemos melhor em equipe, após vencer os momentos de confrontos que são normais”, reforça.