EDITORIAL – O Veneno da Desinformação, por Márcia Guimarães

(Divulgação)

“Ato ou efeito de informar de forma errada ou enganadora; utilização das técnicas de informação para induzir em erro ou esconder certo(s) fato(s); informação falsa, geralmente dada com o objetivo de confundir ou enganar; falta de informação; desconhecimento; ignorância”. Nos dicionários, salvo alguma substituição de palavras, é assim que o verbete “desinformação” é definido. Nos últimos anos, a palavra ganhou destaque nos noticiários e em pesquisas acadêmicas. Seu emprego em estratégias políticas e seu poder de impactar rumos na sociedade geram interesse. E é ao perigo da desinformação que se dedica a capa da REVISTA CENARIUM deste mês. 

Mais precisamente, a publicação se debruça sobre uma análise científica a respeito de como a desinformação pode ter confundido gestores públicos e pessoas comuns meses antes da trágica segunda onda da pandemia de Covid-19 atingir Manaus e o Amazonas. No segundo semestre de 2020, após o primeiro impacto, o isolamento social desacelerou o contágio e a população passou a sair mais às ruas. Setores políticos e econômicos pressionavam pela reabertura do comércio. Nesse cenário, surgiram avaliações de risco do afrouxamento de medidas de controle. Uns apostaram que o pior estaria chegando ao fim. Outros faziam alertas de que uma forte onda viria.

Em meio ao ‘cabo de guerra’ de informações, gestores públicos fizeram suas escolhas. Em Manaus e no restante Amazonas, relaxou-se o isolamento. O resultado foi colhido entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, quando um aumento dramático do número de casos e de mortes por Covid-19 levou ao colapso o sistema de saúde, que se estendeu pelo País. Mas qual foi o papel da disseminação de informações desencontradas na tomada de decisões que levou ao aumento do contágio? É o que a reportagem de capa coloca em discussão.

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O ponto de partida é o artigo “Desinformação causou aumento da mobilidade urbana e fim do confinamento social antes da segunda onda da Covid-19 na Amazônia”, publicado em 24 de abril deste ano no Journal of Racial and Ethnic Health Disparities (Jornal de Disparidades de Saúde Raciais e Étnicas), por um grupo de oito pesquisadores de diversas universidades e instituições de pesquisa. Para eles, centenas de milhares de mortes foram o alto custo cobrado pelo veneno da desinformação.

O assunto foi tema de capa e especial jornalístico da nova edição da REVISTA CENARIUM do mês de maio de 2023. Acesse aqui para ler o conteúdo completo.

(Reprodução)
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