Editorial: Ser indígena, por Márcia Guimarães

Foto: DIEGO JANATA

Da Revista Cenarium

O que é ser indígena? O que é ser indígena no Brasil? Questionamentos que permeiam a história do País. Questionamentos que os brancos, vindos da Europa, fazem sobre os povos originários desde que aportaram em terras tupiniquins, tupinambás, ianomâmis, pataxós, guaranis e outras tantas. Colonização? Invasão? Isso depende do lado em que se está. 

Para este abril de 2022, a REVISTA CENARIUM dá eco às vozes que falam de um lugar de luta, resistência, superação, história, tradição, mas também de evolução, modernidade, conexão, organização. Nada mais justo do que elas e eles próprios falarem de si. Eles e elas sabem quem são. 

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19 de abril. “Dia do Índio”. Mas, “índio”? “Aquele que os portugueses viram ao não chegarem à Índia”, disse o influenciador digital Tukumã Pataxó. Índio, silvícola, primitivo, preguiçoso, não confiável, ignorante. Tudo isso disseram deles e delas. Escravizados, catequizados, usurpados, estereotipados, ridicularizados, tutelados. Tudo isso fizeram com eles e elas. 

Mas, eles e elas sabem quem são. Diversos, organizados, orgulhosos de si, conectados às tecnologias, na direção de suas narrativas, ocupando espaços de poder e de comunicação, eles e elas chegaram com força ao século 21. Nada foi dado. Tudo foi conquistado.

De acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, os mais de 305 povos indígenas do Brasil somam 896.917 pessoas. Destes, 324.834 vivem em cidades e 572.083 em áreas rurais, o que corresponde, aproximadamente, a 0,47% da população total do País. Mas, segundo informações do Instituto Socioambiental (ISA), estima-se que, quando os europeus chegaram aqui, eram mais de 1 mil povos, somando entre 2 e 4 milhões de pessoas. 

A grandeza, a diversidade e o desafio de tomar de volta seu espaço, no País, e caminhar junto à evolução dos tempos, mas sem perder a essência de tradições é o que queremos ecoar com a reportagem de capa desta edição. 

Com a palavra, jovens lideranças, influenciadores digitais, políticos, ativistas. Eles e elas sabem quem são.

*Este editorial foi publicado na Revista digital do mês de abril. Leia a edição completa aqui.

Capa da Revista Cenarium do mês de abril (Reprodução)
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