Em Manaus, acampamento bolsonarista é desmontado; imprensa é hostilizada

Forças policiais iniciam retirada de manifestantes acampados no CMA, em Manaus. (Gabriel Abreu / Revista Cenarium)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – As forças de segurança no Amazonas iniciaram, por volta das 10h30 desta segunda-feira, 9, a negociação para retirada dos manifestantes acampados em frente ao Comando Militar da Amazônia (CMA), na zona Oeste de Manaus. A imprensa foi, novamente, hostilizada pelos extremistas.

Agentes da Polícia Civil, Rocam, Força Tática e Guarda Municipal, além do secretário de Segurança Pública do Amazonas, general Carlos Alberto Mansur, estão no local. A operação segue determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e da juíza federal no Amazonas Jaiza Fraxe.

Agentes de segurança em frente ao Comando Militar da Amazônia, em Manaus. (Gabriel Abreu/ Revista Cenarium)

Enquanto os negociadores conversavam com um representante da manifestação, outras pessoas iniciaram a retirada de parte da estrutura que abrigava os manifestantes no local. Uma cozinha começou a ser desmontada e uma Bandeira do Brasil instalada no local também foi retirada. Antes das forças de segurança chegarem ao local, banheiros químicos foram retirados.

PUBLICIDADE
Banheiros químicos foram retirados da frente do Comando Militar da Amazônia (CMA). (Reprodução/ Redes Sociais)

Imprensa hostilizada

No local, houve tentativa de agressão por manifestantes do ato antidemocrático à imprensa. Em um vídeo, é possível ver um grupo de homens tentando se aproximar dos profissionais, mas foram impedidos por policiais militares presentes no local.

Leia também: CENSURA: equipe de reportagem da AGÊNCIA AMAZÔNIA é seguida e intimidada em acampamento antidemocrático

Veja o vídeo:

Manifestantes tentam se aproxima da imprensa, em Manaus. (Gabriel Abreu/ Revista Cenarium)

Em outro vídeo, uma mulher aparece proferindo palavras de baixo calão a repórteres e cinegrafistas, e é retirada do local por outra manifestante.

Manifestantes gritam palavras de baixo calão à imprensa. (Gabriel Abreu/ Revista Cenarium)

À imprensa, o secretário de Segurança afirmou que após a retirada dos manifestantes, que deve ser feita até as 18h desta segunda-feira, 9, o Exército é quem ficará responsável por não permitir que se instalem novamente. “Estamos com tratativas com o Exército Brasileiro. Após a retirada do pessoal, temos até 18h, o próprio Exército não vai permitir que mais manifestantes se instalem“, declarou.

Decisão no Amazonas

A juíza federal Jaiza Fraxe determinou, na manhã desta segunda-feira, 9, a retirada imediata dos manifestantes em frente ao CMA, dando prazo até as 18h. O descumprimento da decisão acarretará em multa de R$ 1 milhão, pelo atraso, e R$ 100 mil, pelas horas seguintes de atraso.

Conforme a decisão, os ataques terroristas que ocorreram em Brasília na tarde desse domingo, 8, que levaram à depredação dos prédios do Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto, motivou a realização da inspeção judicial na área frontal do CMA. Segundo a juíza, não foi possível realizar a aproximação do local, pois os manifestantes fecharam a rua de acesso.

Além disso, a juíza destacou que as agressões à imprensa e a censura da liberdade de expressão de profissionais do Amazonas se tornaram públicas em diversos vídeos localizados nas redes sociais. Em consonância a isso, a decisão do ministro Alexandre de Moraes, constatando que há em todo o território nacional um “cenário de abuso e desvirtuamento ilícito e criminoso do exercício do direito de reunião“, levou à decisão da magistrada.

Comitê de resposta

O Governo do Amazonas reuniu, no domingo, 8, o Comitê de Resposta Rápida, no Centro Integrado de Comando e Controle do Amazonas (CICC), para tratar de possíveis manifestações em Manaus e no interior, como as registradas em Brasília.

Ações preventivas foram alinhadas entre órgãos de segurança estaduais, municipais e federais, além das Forças Armadas. O comitê monitora as manifestações em Manaus desde as eleições de outubro de 2022“, disse o governo estadual.

Segundo o governo, o policiamento também foi reforçado nas sedes dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo estadual e municipal, além da sede do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) e pontos como o Comando Militar da Amazônia (CMA) e proximidades da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), na Estrada do Marapatá, Distrito Industrial, local onde foi registrada na noite de domingo, 8.

A ação é coordenada pelo secretário de Segurança Pública do Amazonas, general Carlos Alberto Mansur, que informou que a cidade de Manaus e o interior do Estado encontram-se em estado de normalidade.

A finalidade dessa reunião aqui é prevenção e colocar todos os órgãos em consciência situacional, para que todos saibam o que está acontecendo aqui no nosso Estado e aqui na nossa cidade, até para evitar informações erradas. A segurança pública está trabalhando como sempre, 24 horas por dia, sete dias na semana“, destacou o secretário.

*Mais informações em instantes

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.