Em visita a Belém, Macron dispensa peixe amazônico de cardápio; entenda

O presidente da França Emmanuel Macron (Composição de Weslley Santos/Revista Cenarium)
Karina Pinheiro – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – Com previsão de chegada a Belém nesta terça-feira, 26, o presidente da França, Emannuel Macron, dispensou comer peixe de água doce no cardápio amazônico. Isso porque, o alimento está entre as restrições do líder francês informadas ao Palácio do Itamaraty.

Na agenda, Macron tem marcado um passeio de barco pela Baía do Guajará, onde vai experimentar comidas típicas. Um dos peixes mais consumidos em na capital paraense é o chamado peixe Filhote (Brachyplatystoma filamentosum), ou popularmente assado na brasa.

Peixe filhote assado na brasa (Reprodução/Redes Sociais)

O presidente da França deverá passar três dias no Brasil, iniciando compromissos em Belém, sede da COP30 em 2025. Macron deve se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), na tarde desta segunda e para realizar atividades com foco ambiental e em desenvolvimento sustentável.

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As reuniões entre o líder francês e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) serão divididas em quatro eixos: meio ambiente, defesa, economia e política. As duas lideranças embarcarão para a Ilha do Combu, onde acompanharão a produção artesanal e sustentável do cacau da região e terão encontro com representantes indígenas.

Está prevista, ainda, a entrega da condecoração do líder indígena Raoni Metuktire. Segundo a titular da Secretaria de Europa e América do Norte, Maria Luísa Escorel, a intenção do presidente da República é mostrar ao francês a “realidade e as complexidades” da Amazônia.

Lula e Macron em encontro diplomático (Ricardo Stuckert /Presidência da República)

“Eles andarão um pouco pela floresta para o Macron ter noção o que é uma floresta amazônica, dimensão das árvores e a própria biodiversidade. Em Belém, Macron e Lula terão oportunidade de se reunir com representantes de comunidades indígenas. Grupos de diferentes etnias estarão lá para conversa franca e aberta […] não é só uma grande floresta, mas um local onde há uma grande população que depende da Amazônia para sua sobrevivência”, explicou.

Continuação da agenda

Ainda nesta terça-feira, Lula e Macron seguirão para o Rio de Janeiro onde se hospedam em hotéis diferentes na região de Copacabana. Na quarta-feira, 27, eles partem de helicóptero do Forte de Copacabana para o município de Itaguaí, onde vão inaugurar o terceiro submarino construído no Complexo Naval da Marinha, resultado de um acordo de cooperação entre os governos do Brasil e da França. Além disso, Lula e Macron deverão tratar de um programa para produção de helicópteros militares e energia nuclear de uso civil.

Após a agenda no Rio, o presidente Lula retorna a Brasília, enquanto Macron viaja para São Paulo, onde cumprirá outra etapa de sua visita ao Brasil, incluindo, outras exigências: caminhar na Avenida Paulista após evento em São Paulo e visitar o Museu de Artes de São Paulo (Masp). Na capital paulista, o presidente francês participará do Fórum Econômico Brasil-França, na sede da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com a participação de 50 empresários franceses.

Lula e Macron devem seguir em agenda até quinta-feira (Ricardo Stuckert / Presidência da República)

Na capital federal, no último dia, Macron será recebido com honras de chefe de Estado e se reunirá com Lula no Palácio do Planalto. Temas como reforma das instituições multilaterais, incluindo assento permanente do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas, além das guerras na Ucrânia e em Gaza devem ser abordados pelos líderes. A situação política na Venezuela e a crise humanitária no Haiti são outros assuntos que deverão ser tratados.

Cerca de 30 atos poderão ser assinados por Lula e Macron, em diversas áreas. Após essa etapa da reunião, os dois presidentes farão uma declaração à imprensa. Em seguida, participam de almoço no Itamaraty. Emmanuel Macron ainda deverá ser recebido no Congresso Nacional pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Leia mais: Em Belém, Macron vai conceder mais alta honraria francesa a Cacique Raoni
Editado por Adrisa De Góes
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