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Especialistas sugerem fechar escolas e mais orientação para proteger população da fumaça
Em Manaus (AM), moradores da cidade voltam a usar máscara por causa da fumaça. (11.out.23 - Ricardo Oliveira/Revista Cenarium Amazônia)
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04 de novembro de 2023
Ana Pastana – Da Revista Cenarium Amazônia
MANAUS (AM) – Muito tem se falado sobre os riscos que a fumaça representa para a saúde e quais os cuidados que os moradores de Manaus, capital do Amazonas, devem ter para evitar os sintomas da inalação desses poluentes. Mas, o que os poderes públicos devem fazer para cuidar dos moradores da cidade? Para responder a essa pergunta, a REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA ouviu especialistas no assunto, que destacam algumas medidas, entre elas, o fechamento de escolas.
Para o analista político Thiago Mota Cardoso, o poder público deve tomar outras medidas além das multas aplicadas, como, por exemplo, fornecer mais informações à população. Ele cita que o fechamento de escolas, como o que ocorreu na Índia na última sexta-feira, 3, devido ao aumento da poluição do ar, é uma medida necessária.
“Medidas básicas, como de informação à população, de como lidar com essa situação, ou seja, comunicação intensa junto às pessoas, o poder público certamente deveria fazer, assim como foi na pandemia. Deveria orientar as pessoas ao uso de máscaras, os impactos da fumaça no nosso organismo e, certamente, o fechamento de escolas é fundamental, a partir de certo momento crítico da fumaça, como está, por exemplo, hoje e ontem“, disse.
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A capital amazonense amanheceu coberta por fumaça novamente neste sábado, 4. De acordo com o aplicativo Selva, às 10h49, a qualidade do ar na cidade era considerada “muito ruim” e “péssima”.
O médico pneumologista David Luniere também reforça a importância dos governantes em emitirem orientações à população e em fornecerem a assistência necessária ao sistema público de saúde, que, em períodos como este, precisa, principalmente, de reforço no atendimento e de insumos.
“De forma geral, é importante que os governantes procurem, obviamente, elaborar medidas para que a população evite esse contato com o meio. Além disso, caso as escolas permaneçam em atividade, atividades ao ar livre deverão ser evitadas, mantendo os alunos dentro das salas de aula. Também é crucial otimizar e suprir a demanda de insumos para o tratamento de doenças respiratórias nos pronto-socorros, que têm enfrentado algum grau de desabastecimento devido ao aumento da procura em relação à necessidade de tratar doenças respiratórias”, explica.
Luniere orienta ainda que, por parte da população, é importante evitar a exposição ao ar livre, dando preferência a ficar em locais fechados. “É importante evitar sair à rua ou praticar atividades físicas ao ar livre regularmente, tendo em vista que a inalação desses poluentes diminui inclusive o rendimento da atividade física proposta, seja uma corrida, natação, bicicleta, jogar bola, entre outras. Além disso, é importante manter as janelas fechadas em casa para evitar que a fumaça entre no ambiente”, informou.
O Governo do Amazonas apontou que satélites de monitoramento têm mostrado a influência de queimadas no Pará na qualidade do ar em Manaus e municípios do Baixo Amazonas. Segundo o governo estadual, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou a “grande contribuição” de incêndios florestais no Estado do Pará, próximo à região do Baixo Amazonas, na intensificação da fumaça sobre a capital Manaus desde o final de outubro.
De acordo com o Inpe, de 26 de outubro até essa sexta-feira, 3, foram registrados 5.305 focos no Estado do Pará e, em menor intensidade, na Região Metropolitana de Manaus, onde no mesmo período foram registrados 149 focos. Apesar da intensificação da fumaça na capital na sexta-feira, apenas nove focos foram notificados pelo Inpe nos municípios no entorno de Manaus. No Pará, na mesma data, foram 71 focos.
Segundo o boletim de estiagem do Estado, o Amazonas registrou 18.680 focos de calor, de 1º de janeiro a 2 de novembro de 2023. Na região metropolitana de Manaus, foram registrados 2.641 (14,11%) focos de calor. Apenas na região Sul do Estado, foram 10.197 (54,58%) do total de pontos de calor.
“Temos trabalhado, junto com nossas equipes, para combater as queimadas, principalmente aqui na Região Metropolitana de Manaus e no sul do estado. Já detivemos mais de 100 pessoas e aplicamos mais de R$ 140 milhões em multas por crimes ambientais”, afirmou o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), na sexta-feira.
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