Exposição Harmonia Geracional retrata por meio de cores vibrantes o cenário amazônico

Jessika Caldas – da Revista Cenarium

Manaus (AM) – A artista plástica amazonense Keila Anjos, vai levar um pouco das raízes do município de Manacapuru para a 1ª ‘Exposição Geracional’ que acontece nesta quarta-feira, 3 de abril, no Sereia Mística, Aparecida, zona central de Manaus. A artista plástica, que no mesmo dia estará comemorando o seu aniversário, irá exprimir em meia duzia de telas suas emoções na coleção por meio das cores vibrantes do pop art. O evento irá unir artistas da música e da gastronomia local, como João da Viola e convidados em uma espécie de ‘dabocuri’. O intuito da artista é ser reconhecida dentro do cenário artístico amazonense com suas cores vibrantes.

Keila Anjos, de 24 anos, é natural de Manacapuru, interior do Amazonas (a 98,8 km de distância de Manaus), ela se mudou para capital com os pais aos sete anos. Desde então tem usado seu trabalho para falar do seu lugar de origem.

‘Desde criança, sempre fui autodidata e encontrei na colorimetria uma forma natural de expressão. Sem nunca ter estudado formalmente sobre artes, descobri minha paixão por meio de desenhos, uma vez que enfrentava dificuldades para me expressar verbalmente. Essa habilidade desenvolvida desde cedo me levou a explorar diferentes formas de arte. Aos 13 anos, dei meus primeiros passos nos palcos de teatro, o que despertou em mim o interesse pela maquiagem artística e outras formas de expressão.’, disse

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Keila Anjos, de 24 anos, é natural de Manacapuru (Divulgação)

A artística destaca que teve grande influência de sua mãe para entrar no elo artístico.

‘Com o tempo, minha conexão com a arte cresceu ainda mais. Aos 17 anos, mergulhei de cabeça em projetos de arte comunitária em ONGs. Essa oportunidade foi profundamente influenciada pela história da minha mãe, que já trabalhava com um grupo de mulheres levando apresentações de fantoches para crianças carentes em Manacapuru. Essa herança cultural e social moldou meu caminho de maneira orgânica.’, afirmou

Sua jornada artística, ganhou destaque quando sua primeira obra de arte foi vendida para uma galeria de Londres, a artista retrata com grande emoção esse momento

‘A venda da minha primeira obra para longe foi um momento marcante e transformador na minha jornada artística. Quando Arthur Lee, um renomado artista plástico de Londres, entrou em contato comigo através das redes sociais, expressou seu encantamento com meus traços e manifestou o desejo de adquirir uma tela de tamanho real. Sem pedir especificações, senti-me livre para criar, e assim surgiu “Essences”, uma obra que retrata a imagem do Coelho, simbolizando a fertilidade e o recomeço da vida’, refletiu

A jornada não foi fácil. A jovem que faz criações artísticas com cores vibrantes dentro da casa onde mora conta que a venda desse quadro durante a pandemia lhe motivou a não desistir do seu sonho

‘O fato de Arthur ter reconhecido meu potencial logo no início, em meio à pandemia de 2021, foi incrivelmente inspirador. Sua abordagem abriu portas para novas oportunidades e encheu meu coração de esperança em um momento desafiador. Sentir que meu trabalho estava sendo valorizado além das fronteiras geográficas foi uma experiência de gratidão e renovação’, concluiu

No final de 2023, Keila teve a oportunidade de ser contemplada pelo edital Lei Paulo Gustavo, destacando-se como a primeira da lista de artes visuais e obtendo a maior pontuação com o projeto “Olhar Indígena”. A obra está em andamento e terá a demonstração de poder na diversidade e da inclusão na arte em suas raízes contemporâneas.

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Edição: Hector Muniz
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