Da Revista Cenarium Amazônia*
MANAUS (AM) – O artista visual Cristóvão Coutinho lança na quinta-feira, 10, a exposição ‘InvaZor Mira y Cura’, abordando temas da contemporaneidade entrelaçados em linhas e formas. A apresentação fica disponível até 8 de outubro, das 8h às 12h, e das 13h às 16h30, de segunda a sexta, no Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas (Caua/Ufam), localizado na rua Monsenhor Coutinho, 724, centro da cidade.
O artista explica que a mostra ‘InvaZor mira y cura’ foi construída a partir de concepções em que misturar, no fazer artístico, é fruto de reconfigurações nos 60 desenhos, 3 pinturas e outros objetos que serão apresentados na exposição.
“São criações de referências híbridas e atemporais que fazem parte do processo de dispersão matemática, grafismo de simbologias, sinais de fluxo contínuo e intrínseco das civilizações e identidades relacionadas ao ciclone de colonialismo, capitalismo, globalização e descolonização no mundo contemporâneo de um “caos” ambiental e humanitário”, diz Coutinho.
Cristóvão Coutinho salienta que o ‘Cistema’ age e perpetua os desequilíbrios predatórios em sentimentos intercorrentes no processo cultural. Neste devaneio, o InvaZor é todo e qualquer sujeito, no imaginário social, que por meio da arte ocupa narrativas de destino no olhar objetivo e na prática subjetiva do trabalho, apresentado como que no performar de sobreposição de mundos. ‘Quem é o nativo? E, quem é o alienígena nesta história?’, questiona o artista.
De acordo com a diretora do Caua, professora Priscila Pinto, ao longo da carreira, Cristóvão Coutinho vem desenvolvendo em seu trabalho estético questionamentos de cunho político-social que debatem tanto conceitos como formas de apresentação visual. “Sua poética parte da experimentação de materiais e técnicas, abraçando o hibridismo como sua forma de linguagem característica e a contestação como marca. Assim, o artista adentra em campos multidisciplinares para discutir sobre assuntos que afetam a sociedade contemporânea e outros que dialogam com a ancestralidade”, expôs a docente.
História
A diretora disse que, desde 1985, seus traços e grafismos vêm ocupando paredes, objetos, pinturas, arte digital, instalações, dentre outros meios. “Em InvaZor mira y cura, Coutinho apresenta em seu conjunto de desenhos, pinturas e objetos, questões inerentes ao momento histórico ao debater sobre os conceitos de colonialismo/decolonização e seus significados no mundo globalizado”, completou.
O fundador e diretor da Manaus Amazônia Galeria de Arte, Carlysson Sena, que atua há quase 15 anos no mercado da arte, aborda o que representa também as criações do artista no âmbito de sua origem e da realidade amazônida.
“A arte de Cristóvão nos envolve em uma apoteose de linhas, elementos e sentimentos que acredito serem resultado de conexões ancestrais, referência de sua trajetória artística e, principalmente, do seu transe criativo. As cores de suas obras lembram a textura dos pigmentos indígenas feitos com jenipapo, urucum e sumo de folhas da floresta, dando forma aos seres construídos por este emaranhado de ‘neografismos’”, destaca Sena.
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