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‘Fauna e Flora Brasileira’: exposição enfatiza biodiversidade brasileira, em formato inovador, interativo e inclusivo
Expostas no Teatro Popular Nazareno Tourinho, a exposição fica em cartaz até o dia 23 de maio (Michel Jorge/Revista Cenarium)
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13 de abril de 2023
Michel Jorge – Da Revista Cenarium
PARÁ – A exposição “Fauna e Flora Brasileira” está aberta para visitação e contemplação dos acervos do naturalista e cientista Emílio Goeldi e Oswaldo Goeldi, pai e filho, em parceria com o litógrafo alemão Ernst Lohse, que retratam a biodiversidade brasileira e fomentam a preservação ambiental, em um formato inovador, interativo e inclusivo, utilizando a tecnologia da Realidade Aumentada (RA).
A RA dá vida aos originais apresentados, que pertencem ao acervo do Museu de História Natural da Suíça. Expostas no Teatro Popular Nazareno Tourinho (Largo do Carmo, Cidade Velha), em Belém, será possível vivenciar esta experiência, por meio das 70 obras que seguem em exposição até o dia 23 de maio deste ano, com entrada gratuita, visitas monitoradas, agendamentos para grupos e acessibilidade, com audiodescrição e tradução em libras.
A exposição é uma realização da Associação Artística Cultural Oswaldo Goeldi, sob curadoria de Lani Goeldi, bisneta do cientista e naturalista Emílio Goeldi e atual presidente da associação. Na capital paraense, conta com apoio da Prefeitura de Belém.
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“Muitos paraenses não conhecem Oswaldo Goeldi, mas todos conhecem o Emilio Goeldi por causa do Museu Goeldi. O Oswaldo era filho do Goeldi. É certamente o gravurista mais importante brasileiro e é paraense, pois aqui viveu”, destaca o prefeito Edmilson Rodrigues.
“Ter aqui 70 obras representando parte da fauna e flora e pássaros amazônicos produzidos por um gênio da nossa terra, Oswaldo Goeldi, é uma honra muito grande: isso só mostra quanto Belém é um lugar de criatividade e luminosidade da alma desse povo do qual Oswaldo Goeldi faz parte. Muito obrigado à Associação que nos proporcionou mostrar ao povo de Belém essa grandiosidade de obra”, afirmou Edmilson.
No térreo do Teatro Nazareno Tourinho, o visitante poderá conferir o acervo das aves catalogadas por Emílio Goeldi e confeccionadas por Ernst Lohse, alemão que adotou Belém como sua cidade e que, este ano, se comemora 150 anos do seu nascimento. Já na parte superior do espaço há uma coleção de flores tropicais, pouco conhecida, em xilogravuras criadas por Oswaldo Goeldi.
“A exposição contempla dois acervos. Um acervo de 50 obras que representam as aves amazônicas, que foram catalogadas pelo Emílio Goeldi entre 1900 e 1906; e os desenhos, litogravuras e aquarelaras, cujo os originais estão em Berna, na Suíça, e que foram cedidas pelo museu suíço para que fossem reproduzidas no formato que nós trouxemos para cá, que é o formato metacrilato”, explica Lani Goeldi.
Experiência virtual
“Além disso, essas imagens, foram incorporados à realidade aumentada. Então, as pessoas podem vir com seu smartphone. A gente vai ter uma monitoria, que vai estar munida de tablets e tudo mais para orientar as pessoas, mas as pessoas podem fazer uma viagem pelo espaço, sozinhas, um autoguia, e eles vão verificar o canto dos pássaros, vão poder ver os pássaros se movimentando e tudo mais. Isso gera uma interatividade e as pessoas ficam na exposição, às vezes, por quase uma hora”, disse Lani Goeldi.
Emílio Goeldi
Foi um cientista, zoólogo e naturalista suíço, que fixou residência no Brasil, em 1885. Entre os anos 1893 e 1907, morou com a família em Belém e dirigiu o Museu Paraense de História Natural e Etnografia, que mais tarde seria denominado Museu Paraense Emílio Goeldi em sua homenagem, em virtude da excelência dos serviços prestados para a ciência.
Nesse período, Goeldi desenvolveu um trabalho fundamental, a partir de visitas em grande parte da Amazônia, e realizou intensas coletas para formar as primeiras coleções zoológicas, botânicas, geológicas e etnográficas da região.
Em 1897, Goeldi contratou para o museu o fotógrafo, desenhista e litógrafo alemão Ernst Lohse, que trabalhou no Museu Goeldi por quase 20 anos. No início do século 20, fez notável documentação fotográfica no Museu Paraense, tornando-se um profundo conhecedor do ambiente amazônico.
As obras de Lohse, que representam as aves amazônicas e que compõem a mostra, foram catalogadas por Emílio Goeldi entre 1900 e 1906, publicadas no “Álbum de Aves Amazônicas” ou em alemão, “Die Vogelwelt am Amazonenstrom”.
Para enriquecimento da experiência, os visitantes poderão acessar a tecnologia de Realidade Aumentada por meio de um aplicativo e assistir a um vídeo, com uma seleção de aves brasileiras em seu habitat natural.
O Teatro Popular Nazareno Tourinho funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h, e aos sábados, das 9h às 12h, no Largo do Carmo, na Cidade Velha.
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