Fundo Amazônia vai beneficiar municípios que apresentarem projetos de preservação

Ribeirinhos tomam banho no Rio Purus, em área alagada pela enchente na periferia do município de Canutama, no Amazonas (Daniel Tregidgo/Pesquisa Faesp)
Adrisa De Góes – Da Revista Cenarim

MANAUS (AM) – Os 772 municípios do Brasil localizados na Região da Amazônia Legal vão poder receber, pelo Fundo Amazônia, recursos financeiros por meio de projetos que tenham como foco a preservação da floresta. O valor mínimo é de R$ 5 milhões para cada proposta e o teto é de 5% do total do saldo disponível no mecanismo de captação.

A medida foi aprovada pelo Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) na terça-feira, 25, entre uma série de novas diretrizes e critérios para aplicação do capital. As iniciativas apresentadas pelos municípios vão ser associadas às ações do governo federal e dos governos estaduais.

De acordo com o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João Paulo Capobianco, o retorno do Fundo Amazônia é marcado pelos recursos significativos que visam fazer frente ao desafio da transformação da economia na região amazônica.

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O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João Paulo Capobianco (Divulgação)

“Grupos de municípios poderão apresentar projetos, conjuntamente, que promovam a reorganização territorial, a melhoria do controle do desmatamento, a recuperação de áreas degradadas e a criação de Unidades de Conservação (UCs), criando sinergia entre eles e com os governos estaduais e federal”, explicou Capobianco.

Prioridades

O diagnóstico dos desafios da Amazônia, realizado pelo governo federal, tem como prioridade a redução do desmatamento no bioma. Segundo a diretora socioambiental do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), Tereza Campello, a seleção das propostas visa, ainda, a promoção de modelos econômicos sustentáveis que incluam agricultores familiares, povos indígenas, assentados e populações tradicionais.

“Temos a possibilidade de receber projetos para ações de fortalecimento da agricultura familiar, dos extrativistas, da produção sustentável, projetos que fortaleçam a bioeconomia, o restauro florestal, o monitoramento, um conjunto de ações que proporcionam um novo modelo sustentável”, ressaltou Campello.

Indígenas estudando em aldeia (Jana Pessôa/Governo de Mato Grosso)
Recursos

O Fundo Amazônia desempenha papel central no apoio às ações necessárias à reversão das novas tendências de desmatamento identificadas pelo Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm). Atualmente, o mecanismo conta com R$ 3,9 bilhões em caixa, doados pela Noruega e pela Alemanha.

Desde janeiro, o fundo recebeu novas doações, de outros países, que somam R$ 3,2 bilhões. A captação de recursos, que vem também da Petrobras, só ocorre se for comprovada a redução do desmatamento.

Leia mais: Ambientalistas comemoram volta do Fundo Amazônia
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