Governo federal dialoga com movimento LGBTQIAP+ e lideranças do AM comentam

A retomada do diálogo entre governo federal e os movimentos LGBTQIAPN+ é fundamental para destravar a agenda de reivindicações (Reprodução/Guia da Semana)
Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – A secretaria de Comunicação da Presidência da República retomou o diálogo com as lideranças do movimento LGBTQIAPN+. Secretários de Comunicação Institucional e de Políticas Digitais se reuniram, durante a semana, com 20 representantes da comunidade. A pauta foi o fortalecimento do diálogo e o combate às fake news. Em Manaus, expoentes da luta LGBTQIAPN+ comentaram o fato.

O movimento LGBTQIAPN+ abrange pessoas que são (Lésbicas, Gays, Bi, Trans, Queer/Questionando, Intersexo, Assexuais/Arromânticas/Agênero, Pan/Poli, Não-binárias e mais).

O ativista e educador Gabriel Mota destaca que é preciso avançar na agenda do movimento para, assim, evitar uso das pautas por oportunistas (Reprodução/Arquivo Pessoal)

Para Gabriel Mota, professor, educador em saúde e fundador da Casa Miga, é hora de reconstruir. “É extremamente importante que o governo repare os danos que a comunidade trans tem sofrido nesses anos de desmonte do aparelho público e das políticas de assistência, articulando meios de subsidiar os estudos e a empregabilidade dessa sigla. No campo da educação, otimizar a inclusão de estudantes LGBTQIAPN+ e reduzir a evasão escolar por conta de discriminação e violência”, destacou.

PUBLICIDADE

Além de buscar o diálogo, é preciso pontuar ações que devem ter impacto direto na vida das pessoas que fazem parte de uma grande parcela da população brasileira. “No campo da Justiça, aprimorar as leis e a aplicabilidade das leis de forma que traga segurança jurídica em casos de LGBTfobia para as pessoas. E na saúde, buscar caminhos de cuidar da saúde mental das pessoas LGBTQIAPN+. As taxas de suicídio são altas e pouco se discute sobre como crescemos afetados pela opressão.

Direito igualitário

Já o ativista doutor(a) em Inovação Farmacêutica, Tulio(a) (a pessoa é não-binária, portanto, se sente bem no feminino/masculino), acredita que a segurança de direitos também pede urgência. “A garantia de direitos civis é uma das principais demandas do movimento LGBTQIAPN+. Isso inclui o direito ao casamento igualitário, a não discriminação no local de trabalho, a igualdade no acesso à saúde e à educação, entre outros”, detalhou.

O(A) Dr.(a) Tulio(a) Silva chama atenção para os direitos civis, a luta contra a violência e a discriminação e a saúde mental da comunidade LGBTQIAPN+ (Reprodução/Arquivo Pessoal)

Para ele(a), segurança e educação caminham lado a lado. “A violência e a discriminação contra a comunidade LGBTQIAPN+ são problemas graves e persistentes em muitas partes do mundo. É fundamental que o novo governo tome medidas para garantir a segurança e a proteção dessa comunidade, bem como promover a educação e a conscientização para combater a homofobia e a transfobia”, avaliou Tulio(a) Silva.

Por último, ele(a) elenca o bem-estar. “A saúde mental é um problema significativo para muitas pessoas LGBTQIAPN+, devido à discriminação e ao estigma que ainda existem em muitas sociedades. O novo governo pode contribuir para a melhoria da saúde mental da comunidade LGBTQIAPN+, por meio de políticas públicas de saúde mental que levem em conta as necessidades específicas dessa comunidade”, afirmou. “É importante que o novo governo tome medidas concretas para abordar essas questões e garantir a igualdade e a justiça para a comunidade LGBTQIAPN+”, completou.

Voz reacionária

Gabriel Mota critica aqueles que distorcem as pautas da comunidade para fazer guerra moral. “As pautas vinculadas à comunidade LGBTQIAPN+ são os combustíveis que esse setor fundamentalista e reacionário aprenderam a usar para se promover em meio aos seus pares igualmente fundamentalistas e reacionários. Isso acontece porque, de um lado, essas pessoas querem ter seus preconceitos chancelados por uma voz, então, quando alguém traz à tona essa discussão, dentro do campo da moralidade, conecta essas pessoas”, lamentou.

Sem citar nomes, Gabriel Mota destaca a atuação de um parlamentar da cidade de Manaus. “A exemplo de um vereador de Manaus, que aqui e ali traz à tona questões da comunidade LGBTQIAPN+, o que ele está fazendo, na verdade, é a manutenção do seu eleitorado, acenando e dizendo ‘tô aqui, sou a voz reacionária de vocês no legislativo’, mesmo sabendo que as matérias que levanta são vencidas e, em algum momento, serão barradas por instâncias maiores”, finaliza.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.