Irmã e sobrinho do governador de RR são alvos de operação contra lavagem de dinheiro com ouro ilegal

Sobrinho de Denarium, Fabrício de Souza Almeida e a irmã Vanda Garcia de Almeida (Arte: Thiago Alencar)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – A irmã e o sobrinho do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), são alvos de uma operação da Polícia Federal (PF), deflagrada na manhã desta sexta-feira, 10. A operação, que recebeu o nome de BAL, tem como objetivo desarticular uma organização criminosa que coordenaria um esquema de lavagem de dinheiro fruto do comércio de ouro ilícito.

Vanda Garcia de Almeida, e o sobrinho de Denarium, Fabrício de Souza Almeida, são alvos da operação. A Polícia Federal (PF) esteve na residência de ambos ainda durante a madrugada e encontrou nove armas com Fabrício, que possui registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).

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Sobrinho de Denarium, Fabrício de Souza Almeida, e a irmã Vanda Garcia de Almeida (Arte: Thiago Alencar)

Ao todo, foram expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal, em Roraima, oito mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de bens de pessoas em Roraima e em Pernambuco. Conforme fontes da PF ouvidas pela Folha, há ainda outros familiares do governador envolvidos no esquema. Antonio Denarium, porém, não está entre os alvos.

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Em nota, a Secretaria de Comunicação do Governo de Roraima informou que Antonio Denarium desconhece o teor da investigação contra sua irmã, Vanda Garcia, e o sobrinho, Fabrício de Souza Almeida, e espera que as eventuais responsabilidades sejam apuradas na forma da lei.

Operação BAL

Nomeada de ‘Operação BAL‘, composto químico utilizado no tratamento de envenenamento por ouro, a investigação usa uma metáfora a situação da qual, figurativamente, padeceria o Estado de Roraima devido ao garimpo ilegal que levou à crise humanitária na Terra Yanomami.

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As investigações foram iniciadas após uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal a suspeitos em um carro em uma rodovia em Roraima. Segundo a PF, a partir de inconsistências na narrativa, os policiais indicaram envolvimento do passageiro com outros suspeitos já investigados em outros procedimentos e conseguiram revelar um esquema que teria movimentado R$ 64 milhões em pouco mais de dois anos.

Os valores seriam oriundos da compra e venda de ouro ilegal e contaria com o uso de empresas de fachada, que buscariam dar aspecto de legalidade às transações financeiras. Suspeitos receberiam valores de diversos financiadores pelo Brasil e sacariam ou transfeririam os valores para pessoas e empresas no Estado de Roraima, as quais seriam responsáveis pela compra de ouro ilegal.

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