Livro da escritora Liliane Mesquita, ‘Poesia no Futebol’, goleia preconceito, racismo e ódio

A escritora diz que a obra visa trazer mensagens por meio da literatura, do respeito às diferenças e do olhar mais empático para com o outro (Divulgação)
Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Dar uma goleada no preconceito, mostrando o “cartão vermelho” para expulsar o racismo, as desigualdades e o ódio do “jogo da vida”, escalando para dentro do campo a paz, a diversidade, a bondade e a união, essa é a proposta do livro “Poesia no Futebol, da editora Ases da Literatura, da pedagoga e escritora Liliane Mesquita, lançado em setembro. Vendas pela Amazon e Livraria da Travessa.

Em entrevista à CENARIUM, escritora e pedagoga fluminense comentou sobre a proposta da obra. “Sou educadora, sou mãe, é meu lado humano que busca trazer essas mensagens por meio da literatura, do respeito às diferenças, do olhar mais empático para com o outro, da importância da compreensão, do carinho e do afeto, que tanto nos tem feito falta nos momentos atuais”, contextualizou a escritora.

A obra de Liliane Mesquita chega no momento efervescente em que os olhos do Brasil e do mundo estão voltados para o futebol (Divulgação)

Diante da ebulição política dos últimos anos, onde centenas de manifestações violentas de racismo e preconceito invadiram a internet, Liliane acredita que sua obra pode contribuir com as gerações que estão vindo e podem fazer do Brasil um País melhor. “O preconceito, o machismo e a homofobia existem há muito tempo, não é algo recente, e acredito que pessoas ficaram à vontade para se expressar, de forma negativa, mas, acredito também que podemos romper com essas estruturas. Levará um tempo, mas, acredito nisso”, esperançou.

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A escritora Liliane Mesquita é natural do Estado do Rio de Janeiro e “Poesia no Futebol” é o quarto livro escrito e lançado por ela (Divulgação)

Debate

Diante do contexto da Copa do Qatar 2022, cujas críticas globais ecoaram mundo afora após “a descoberta” de que o pequeno e milionário emirado do Golfo Pérsico é um País hostil aos homossexuais e às pautas feministas, a escritora opinou. “O futebol tem a capacidade de ampliar debates porque os olhos do mundo se voltam para o País-sede do evento e muitos passam a descobrir como é o caso do Qatar, situações que acontecem lá. Isso, por si só, já chama a atenção”, observou.

Entre os exemplos, ela cita dois casos que foram amplamente noticiados no planeta. “O futebol traz, inclusive, a possibilidade dos protestos, como foi o caso da cena da mulher que adentrou emocionada no estádio e chorou. Não porque ela gostava de futebol em si, mas, porque estava dentro de um espaço aparentemente masculino para mostrar que ali também pode ser um lugar para ela”, comentou. “Outra cena foi do time alemão tampando a boca na hora da foto oficial, em protesto por não poder usar a braçadeira com as cores do arco-íris”, citou.

O futebol é uma paixão nacional no Brasil e, das várzeas ribeirinhas e aldeias da Amazônia, aos condomínios das grandes cidades, as crianças são apaixonadas pelo esporte (Reprodução/Onet)

Amazônia

Questionada sobre as causas ambientais e se isso pode vir a ser uma pauta de sua produção literária, Liliane Mesquita falou: “A Amazônia é um tema muito importante que precisa ser discutido, pensado e refletido, para que possamos ter um olhar mais carinhoso sobre a importância que a Amazônia tem para o País e para o mundo”, destacou. “É uma reflexão que nos mostra que nós estamos no mundo e fazemos parte dele, e não somos um mundo à parte”, filosofou.

“E já que fazemos parte do mundo e dependemos, diretamente, da natureza, é preciso entender que somos parte dela e não algo separado dela”, calculou. Conectada com causas humanas, a escritora adianta que irá produzir algo na direção da maior floresta do mundo. “Tenho muitas histórias em livros que virão, e com certeza a Amazônia será uma temática abraçada na literatura que produzo, claro que sempre com viés da empatia, da bondade e nesse caso: voltada para salvar a natureza”, finalizou.

Em bairros carentes das grandes cidades onde não há estruturas para a prática do futebol, as crianças improvisam o “campinho” no meio da rua (Reprodução/Blogspot)

A escritora

Liliane Mesquita é natural do Rio de Janeiro e reside na cidade de Duque de Caxias. Formou-se em Pedagogia e Psicopedagogia Institucional. Atualmente, trabalha na Prefeitura Municipal de Duque de Caxias, onde atua como orientadora educacional e dinamizadora de leitura, estimulando as crianças a conhecerem o mundo literário. É autora dos livros O Desaparecimento do Senhor AbraçoOnde é o lugar de Dandara? e Qual é a sua forma? A obra mais recente é Poesia no Futebol. Apaixonada pelo esporte desde pequena e torcedora do Flamengo, foi jogadora de futebol na adolescência. 

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