Lula fala em trabalhar com países amazônicos, Estados e municípios para fortalecer fiscalização ambiental no Brasil

Os nomes foram confirmados por uma fonte ligada ao PT à reportagem da Revista Cenarium (Ricardo Stuckert/Reprodução)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

BRASÍLIA – O candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou, nesta segunda-feira, 22, à imprensa internacional, que vai colocar a questão climática como “prioridade zero” em uma eventual gestão, mas é preciso que o Brasil trabalhe em conjunto com outros países que integram a Amazônia, Estados brasileiros e seus respectivos municípios.

O bioma abrange, além do Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia e Venezuela. Quanto às unidades federativas, inclui Amazonas, Acre, Pará, Amapá, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins.

Na entrevista coletiva, Lula prestou solidariedade às famílias do servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), Bruno da Cunha Araújo Pereira, e do jornalista britânico Dominic Mark Phillips, o “Dom Phillips”, assassinados por pescadores ilegais em junho deste ano, no Vale do Javari (AM). Ele afirmou que vai trabalhar por uma “atitude coletiva” nas questões ambientais, como desmatamento, queimadas e proteção de povos tradicionais.

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Lula fala com jornalistas estrangeiros em São Paulo (Ricardo Stuckert/Reprodução)

“É por isso que eu tenho dito que a questão da Amazônia será cuidada com muito carinho, não apenas pelo Brasil. A gente tem que envolver, nessa discussão, todos os países amazônicos, todos. A Venezuela, a Colômbia, o Peru, o Equador, inclusive a Bolívia que está muito próxima de nós, para que nós tenhamos uma atitude coletiva na preservação da nossa floresta e biodiversidade”, disse quanto aos países.

“Vamos transformar a luta contra o desmatamento e queimadas em uma coisa muito séria, primeiro porque cada terra que é queimada tem dono, tem endereço, tem identidade. Precisamos envolver, não é ficar brigando, governo federal com Ibama, é preciso que responsabilize nossos amigos prefeitos para construírem uma política contra o desmatamento, pela preservação, o clima”, acrescentou.

“Tem que fortalecer os Estados para que passem a ser fiscalizadores. Porque é engraçado. Quando há uma queimada, a televisão mostra, mas não tem responsável. Como se a gente não soubesse que aquela terra tem dono”, disse também.

Garimpo e indígenas

O presidenciável ainda disse que irá “acabar com qualquer possiblidade de garimpo ilegal” e que deseja recuperar instituições como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

“Tem uma coisa que a gente tem que fazer, imediatamente, que é recuperar todas as coisas que nós tínhamos criado para combater o desmatamento, na Amazônia, inclusive, recuperar o Ibama, que foi desmontado, não só enfraquecido, mas que deixou de participar [do combate aos crimes ambientais]. Nós tínhamos fiscalização que começou entre 2004, 2005 e 2006, depois foi aperfeiçoado no governo Dilma [Rousseff], que tudo isso foi desmontado”, comentou.

Leia também: Lula promete ministérios para indígenas e negros; ‘suprir necessidade e ausência de projetos’, diz especialista

Visita ao Acampamento Terra Livre, organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) (Ricardo Stuckert/Reprodução)

Quanto aos povos indígenas, ele reforçou a proposta de criar um ministério para os povos originários. “A segunda coisa é que vamos criar um ministério dos povos originários. É preciso que a gente saiba, de uma vez por todas, que nossos indígenas já têm maioridade e que vão cuidar da Amazônia com muito mais força se eles tiverem autoridade nas suas mãos para cuidar disso”, disse.

Soberania da Amazônia

Por fim, o candidato também reforçou que o Brasil é soberano sob a Amazônia e que tem que reforçar a Polícia Federal, assim como as fronteiras, para efetividade do País.

“A gente vai ter que reforçar a Polícia Federal para que ela esteja presente, reforçar as nossas fronteiras, porque são quase 16 mil quilômetros de fronteira seca, quase toda sem nenhuma proteção. “É preciso que a gente cuide de proteger, para evitar desde o tráfico de drogas ao tráfico de armas, que os bandidos transitam, livremente, pelas fronteiras brasileiras, com todos os países da América do Sul”, concluiu.

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