Maranhão tem o maior número de mulheres empreendedoras na Amazônia

O levantamento compilou dados da Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (Reprodução/ CRA-CE)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Maranhão, cuja parte fica na Amazônia, tem a maior proporção de mulheres donas de negócios da região amazônica, com 35%, até o terceiro trimestre do ano passado. Eram 306.781 mulheres empreendedoras, de acordo com o estudo “Empreendedorismo Feminino no Brasil em 2022”, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

O levantamento compilou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Depois do Maranhão, está o Pará, com 33% (458.004) e o Amapá, com 30% (42.429). Completam o ranking da região Roraima, com 30% (21.134); Amazonas, com 28% (176.518); Tocantins, com 28% (58.381); Mato Grosso, com 28% (145.305); Rondônia, com 27% (94.082); e Acre, com a menor proporção, de 24% (23.564).

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Além dos números por Estado, o levantamento também apontou a distribuição de empreendedoras por região do País entre o terceiro trimestre de 2016 e o mesmo período do ano passado. A região Sudeste concentrou o maior número, com 41%, em 2016, e 44%, em 2022. Já o Nordeste teve queda, de 27% e 24%. A Região Norte (Amazonas, Amapá, Acre, Tocantins, Pará, Rondônia e Roraima) permaneceu estável, com 8% em oito anos.

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Já na distribuição por setor, a maior porcentagem de mulheres empreendedoras estava no setor de Serviços, representando 53%, enquanto os homens representam 36%, no terceiro trimestre de 2022. A menor porcentagem estava na agropecuária, com 7%, e os homens, 17%.

(Mateus Moura/ CENARIUM)

Realização de sonho

A empresária Camila Santiago é um das mulheres que enfrentam o desafio de fazer o empreendedorismo na Amazônia. Em 2021, inaugurou a Evoluer Semijoias e, atualmente, coordena a feira empreendedora Open House, com participação de mais de 40 lojistas, “todas são mulheres empreendedoras, batalhadoras, mães e donas de casa”, explicou à REVISTA CENARIUM.

“As mulheres estão ocupando, cada vez mais, os espaços que, durante muito tempo, foram reservados apenas aos homens. Um desses espaços é o universo empreendedor. Sempre sonhei em empreender e admirava muito quem tinha essa posição. Mas são nos desafios que realmente nos encontramos, e esses desafios existem porque, afinal, estamos falando de uma grande transformação na sociedade”, contou.

Camila lembrou também que a sua iniciativa já influencia a filha, Letícia Salviano, 11 anos, a empreender também. “Minha filha se inspirou e resolveu abrir sua loja virtual e acessórios divertidos, acabou dando tão certo que ela hoje possui um espaço físico numa loja colaborativa chamada Collabs. O maior orgulho da mamãe!“, acrescentou ela.

Camila Santiago com a filha, Letícia Salviano (Bruno Pacheco/ Cenarium)

Brasil

De acordo com o Sebrae, o Brasil alcançou, em 2022, uma marca inédita de mulheres à frente de um empreendimento. No terceiro trimestre do ano passado, havia 10,3 milhões de mulheres donas de negócios no País, o maior contingente de empreendedoras da história. Isso significa que as mulheres representavam 34,4% do universo de donos de negócios, muito próximo do recorde de 34,8%, verificado no 2º trimestre de 2019.

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Em relação aos Estados, o Rio de Janeiro e Ceará tinham as maiores proporções de mulheres entre os donos de negócios, cada um com 38%. “A pesquisa mostra que as mulheres conseguiram se recuperar da perda registrada no período da pandemia, quando a proporção de mulheres donas de negócios caiu ao pior nível (33,4%, no 2º trimestre de 2020), desde o verificado no 3º trimestre de 2016 (32%)”, explicou o presidente do Sebrae, Carlos Melles.


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