No AM, empreendedores online superam desafios e buscam inovação para cativar clientes

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Em meio à alta taxa de informalidade no Brasil, que chegou a 39,3 milhões de pessoas (39,7%) no mercado de trabalho no trimestre dos meses de junho a agosto, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), empreendedores online do Amazonas lutam para superar desafios e buscam cada vez mais por inovação para captar clientes e conquistar espaço no ramo.

Há pouco mais de dois anos, diversos foram os segmentos do mercado de vendas de produtos, roupas e alimentos que precisaram ser moldados para enfrentar os impactos da Covid-19. Uma das alternativas encontradas pelos empreendedores foi atuar apenas com o atendimento virtual, seja para entrega ou retirada em loja. A modalidade permanece como uma opção para quem se adequou a esta realidade e é ainda escolhida por quem almeja flexibilidade de tempo ou uma renda extra.

Em Manaus, buscando compartilhar e aprender as experiências de quem atua no segmento virtual, as empreendedoras Camila Santiago e Kayla Vieira decidiram unir forças e fundar a Open House Empreendedor, uma feira para proprietários de lojas onlines terem um espaço para exibirem seus produtos presencialmente.

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Camila Santiago (à esq.) e Kayla Vieira (Arquivo Pessoal)

A iniciativa está em sua 4ª edição e acontece, desde as 9h até as 18h deste sábado, 8, no Salão Rio Solimões, na Avenida 7 de Setembro, no Centro da capital. O primeiro evento foi realizado com sete lojas em março deste ano dentro um apartamento em um condomínio fechado de Manaus e, atualmente, conta 40 empreendimentos.

“Este é um evento exclusivo para lojas online e estamos focando mais nisso. Como aconteceu comigo anteriormente, hoje é difícil você tomar uma iniciativa, empreender e abrir uma loja virtual. Não é fácil, porque você tem que dar sua cara a tapa, estudar, fazer o exercício repetitivo de todo mundo estar postando, mostrar os produtos e novidades, além de conciliar com a família e estamos incentivando esses empreendedores”, comentou Camila Santiago, proprietária do Open House e Evoluer Semijoias.

Camila Santiago com a filha, Letícia Salviano (Bruno Pacheco/Cenarium)

À REVISTA CENARIUM, Camila Santiago contou que, por muitos anos, trabalhou de carteira assinada e sempre sonhou em empreender. Ao ver a oportunidade de seguir no ramo online, a empresária decidiu abrir uma loja e expor os produtos junto com outras empreendedoras. Foi quando ela conheceu Kaya Vieira, responsável pela identidade visual da feira.

“Queremos inspirar outras pessoas e firmar o nosso espaço no mercado. O nosso intuito é trazer outras empreendedoras, outras mulheres, fazer com que elas conquistem seus espaços juntas. A gente sabe que a vida do empreendedor é muito difícil, principalmente daquele que trabalha no virtual, pois temos que ser tudo na empresa e o Open me traz essa oportunidade de eu poder dividir essa dor com outras pessoas. A minha união com a Camila tem muito disso”, destacou Kayla Vieira, proprietária do Pop Cell e Dona Farofeira.

Kayla Vieira começou a empreender aos 13 anos e hoje, aos 20 anos, é proprietária da Pop Cell, Dona Farofeira, Coisa de Mídia e Aromê AM (Bruno Pacheco/Cenarium) (Bruno Pacheco/Cenarium)

Oportunidade

O evento é uma oportunidade para novos e antigos empreendedores. Pela primeira vez no Open House, a empreendedora Elisângela Lima, proprietária da VS Importados, atua online a pouco mais de um ano com as vendas de produtos importados e comemora estar presencialmente na iniciativa.

“Comecei lentamente. Fiz o Instagram, onde passei a divulgar meus produtos e foi dando certo. Estar aqui é uma oportunidade de poder mostrar pessoalmente, pois as pessoas gostam de sentir a fragrância dos perfumes, algo que não podíamos na pandemia”, lembrou.

Elisângela Lima, proprietária do VS Importados (Bruno Pacheco/Cenarium)

Empreender desde cedo

Uma das lojas presentes no Open House é o da Letícia Salviano. Aos 10 anos, a menina também empreende. Ela aprendeu a trabalhar com as vendas online ao lado da mãe, Camila Santiago, da organizadora do evento, e decidiu idealizar a Flor de Lelê.

“Minha maior alegria é poder incentivar minha filha. Ela ama trabalhar com isso e hoje ela consegue vender os brincos dela, que ela mesmo pede. Letícia tem 10 anos e, desde nova, ela procura empreender. O nome da loja, tudo foi ideia dela”, declarou a mãe.

Letícia Salviano e a mãe Camila Santiago no estande da loja Flor de Lelê (Bruno Pacheco/Cenarium)

Inovação

A Ganna Flats, da empreendedora Giovanna Velozo, também participa do evento. A loja online oferece coleções em fastfashion e slowfashion, como as famosas rasteiras artesanais e as papetes femininas. Além de trabalhar com peças à pronta-entrega, a Ganna atua sob encomenda, onde os clientes podem customizar o calçado.

Com designers diferenciados, detalhes em palha e com o uso de materiais reaproveitados, como a espuma de solados, os calçados são preparados com material ecológico e contam com elementos como a fibra de buriti, cordas pet, solado comfort e fios de amarração extras com ponteiras que podem ser usados como cintos, pulseias ou cordões.

“A estratégia de trabalhar sob encomenda veio neste sentido de escolher, com mais calma, algo que você realmente vai usar. Com isso, conseguimos captar melhor o cliente”, comentou Giovanna Velozo, que empreende há um ano e dois meses.

Giovanna Velozo, proprietária da Ganna Flats (Bruno Pacheco/Cenarium)

À REVISTA CENARIUM, a empreendedora afirmou que sempre gostou de moda e que na infância chegou a participar de desfiles de moda por incentivo da família, foi nesse momentoo que ela descobriu que poderia apresentar algo diferencial para as vendas.

“Eu sempre tive o pensamento de não ser uma loja que vai vender mais do mesmo e falei que preciso de um produto diferente, porque tem gente procurando o diferencial, uma peça que lhe vejam como alguém estilosa”, lembrou.

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