‘Marcha das Margaridas’ reúne mulheres do interior e calhas de rio AM

Ao centro a pesquisadora da Universidade Federal do Amazonas, Iraildes Caldas junto de outras mulheres na Marcha das Margaridas (Arquivo pessoal)
Michelle Portela – Da Revista Cenarium Amazônia

BRASÍLIA (DF) – Representantes do Amazonas estiveram presentes na 7ª Marcha das Margaridas nesta terça-feira, 15, que reuniu mais de 100 mil mulheres brasileiras do campo e das cidades, além de representantes de 33 países, em Brasília. A importância da participação do Estado foi de mostrar o campesinato na Amazônia que ultrapassa as questões da agricultura, evocando tradição da relação entre a natureza e a sociedade para revelar como vivem as mulheres do interior e calhas de rio.

A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) enviou um grupo de dez mulheres para a Marcha. “Tem caravana de Maués com 20 mulheres, caravana de Tefé com cinco mulheres e outras cidades do Estado. O movimento feminista de Manaus está em peso”, explica a pesquisadora da Ufam, Iraildes Caldas Torres.

Ao centro a pesquisadora da Ufam, dra Iranildes Caldas Torres ao lado de outras manifestantes (Arquivo pessoal)

Com a retomada da articulação pela Amazônia por meio do governo federal, a pesquisadora Iraildes, avalia que o estado ganhou relevância na discussão sobre feminismo na região. “Todas as falas evocam a Amazônia, a floresta, entre outros. O meu interesse aqui é mostrar para as mulheres indígenas e quilombolas como que as mulheres se organizam no Brasil, para elas se organizarem nas calhas dos rios. As mulheres indígenas fazem movimentos sociais para empoderar os homens e não elas próprias. É preciso quebrar essa situação. Queremos que as indígenas do Alto Rio Negro sejam combativas ativistas de políticas para as mulheres indígenas”, disse.

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A ‘Marcha das Margaridas’ também participa trabalhadoras rurais, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, sem-terra, extrativistas, da comunidade LGBTQIA+ e moradoras de centros urbanos. Para Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a marcha é a maior ação política de mulheres da América Latina. “Essa é a marcha da esperança, porque estamos muito confiantes quanto à retomada dos programas, das políticas, conquistas, que ao longo do caminhar de muita luta, nós, as margaridas, conquistamos”, disse a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, ao ressaltar a expectativa para o evento.

Histórico

O evento ocorre a cada quatro anos e é coordenado pela Contag, com apoio de federações e sindicatos filiados, além de 16 organizações parceiras. O lema deste ano, ‘Pela Reconstrução do Brasil’ e ‘Pelo Bem Viver’, remete à retomada do governo do Partido dos Trabalhadores (PT) ao governo federal.

Leia mais: ‘As plantas sentem e retornam o bom trato’, diz Movimento dos Pequenos Agricultores

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