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Marina Silva lança primeira pré-candidatura a prefeito da Rede em cidade indígena do AM
A ministra Marina Silva, o pré-candidato a prefeito Marivelton Baré e a presidente da Funai, Joenia Wapichana (Divulgação/Rede)
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29 de janeiro de 2024
Ana Pastana – Da Revista Cenarium
MANAUS (AM) – Fundadora da Rede Sustentabilidade (Rede), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, visitou o município de São Gabriel da Cachoeira (a 860 quilômetros da capital amazonense), no sábado, 27, para o lançamento da pré-candidatura de Marivelton Baré (Rede) à prefeitura e de cartilhas de educação política traduzidas em cinco línguas indígenas.
Mais de 3 mil pessoas participaram do movimento na cidade, considerada uma das mais indígenas do Brasil. Pelo menos 76% da população de São Gabriel da Cachoeira se autodeclara indígena, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no município que possui 47 mil habitantes e 23 etnias. Em São Gabriel, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve 80,64% dos votos no segundo turno das eleições gerais contra 19,36% de Jair Bolsonaro (PL) em 2022.
A reunião de Marina Silva com aliados no município foi denominada de “Encontro Indígenas na Política” e contou com a presença da presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, e lideranças dos povos originários do Amazonas, Vanda Witoto, que concorreu à Câmara dos Deputados, em 2022; Eliesio Marubo, Milena Kukama, André Baniwa, Ariene Susui, Mel Mura e Edson Kambeba.
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Em discurso, Marina Silva fez uma reflexão sobre a narrativa de ódio criada contra os povos originários no Brasil e as consequências na construção e aplicação de políticas públicas. “Não é fácil enfrentar aqueles que têm ódio dos povos indígenas, que desrespeitam os povos indígenas, que tentam acabar com as organizações indígenas e que fazem projetos para não deixar desmarcar as suas terras”.
Ela destacou, ainda, o oportunismo de candidatos, em anos eleitorais, para buscar a viabilização de seus nomes, descomprometidos com causas que geram a melhoria na qualidade de vida da população e a redução de desigualdades sociais.
“Eu sei que, independente de partido, isso aqui é um movimento. Tem candidato que procura um partido para ser prefeito, governador, deputado, vereador e existe aqueles que têm um movimento e procuram um partido para poder dá voz política ao movimento”, ressaltou Marina.
A ministra de Meio Ambiente citou, ainda, as dificuldades para se combater o garimpo ilegal instalado, há décadas, nas Terras Indígenas (TIs) Yanomami (Roraima), Munduruku (Pará) e Kayapó (Mato Grosso/Pará) sem a presença de políticos indígenas nos espaços de poder. “Por isso, é muito importante vocês terem vereadores, deputados federais, senadores e governadores”, pontuou.
O pré-candidato pela Rede à Prefeitura de São Gabriel da Cachoeira, Marivelton Baré, que é também presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), destacou o ineditismo do evento organizado pela Rede. “É um marco histórico pra gente que tá nessa construção coletiva da participação indígena nesse espaço político. Vamos construir uma Amazônia com a nossa presença nesses espaços”, observou.
Cartilhas indígenas
No Encontro Indígenas na Política, da Rede, os participantes receberam a Cartilha de Competências do Executivo e Legislativo Municipal em cinco idiomas indígenas: Tikuna, Nheengatu, Kayapó, Wapichana e Guarani. O objetivo é promover uma educação política acessível.
De forma didática, a publicação explica o funcionamento da política, no Brasil, como parte da missão institucional de levar educação política e formar lideranças nas comunidades indígenas, em preparação para as eleições municipais deste ano.
A porta-voz da Rede Sustentabilidade no Amazonas, Thayana Amorim, destacou a importância de representantes da causa indígena como Marivelton ocuparem espaços de poder, principalmente, em uma cidade como São Gabriel da Cachoeira. “A gente entende, enquanto partido político, que é preciso ter a representação do verdadeiro povo brasileiro nos espaços políticos“.
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