Ministra diz que mulheres continuam em posição de desvalor profissional e social no Brasil

Cármem Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal (Composição de Paulo Dutra/Revista Cenarium)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA (DF) – A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quinta-feira, 7, que as mulheres continuam em posição de desvalor profissional e social no País.

Na abertura da sessão desta quinta, ela discursou em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta sexta-feira, 8. Na avaliação da ministra, mesmo após a promulgação da Constituição de 1988, as mulheres não desfrutam da igualdade de gênero em direitos e obrigações. 

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

“A Justiça é representada por uma mulher. A República moderna da França é uma mulher. A própria ideia de Justiça, democracia com a balança, é feminina. No entanto, nós continuamos em desvalor profissional, social e econômico”, afirmou.

Cármen Lúcia acrescentou que a “construção conjunta” da sociedade, prevista pela Carta Magna, continua sendo negada às mulheres. A ministra fez referência aos dados da violência de gênero no País e lembrou que o Brasil registrou 1,7 mil feminicídios ano passado. 

“Dizem que fomos silenciosas historicamente. Mentira. Fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando, embora, muitas vezes, não sendo ouvidas”, afirmou.

Após a fala da ministra, o Supremo iniciou o julgamento de uma ação da Procuradoria-Geral da República (PGR) para impedir que mulheres vítimas de crimes sexuais sejam tratadas de forma indigna durante a tramitação de processos. A procuradoria quer impedir a desqualificação moral de mulheres que denunciam crimes sexuais.

Leia mais: ‘Sociedade brasileira continua sendo machista, racista e preconceituosa’, diz Cármen Lúcia em entrevista
(*) Com informações da Agência Brasil
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