Na opinião de 8 em cada 10 brasileiros, a homossexualidade deve ser aceita, aponta Datafolha

Apesar do 'avanço', o País ainda precisa melhorar em respeito e políticas públicas, visto que é um dos primeiros do mundo em LGBTFobia e, há 13 anos, o que mais mata pessoas trans e travesti no planeta, segundo dados da Transgender Europe (Foto: Reprodução)
Com informações da Folhapress

SÃO PAULO – A ideia de que a homossexualidade deve ser aceita por toda a sociedade conta com o apoio de 79% dos brasileiros hoje, ante 74% em 2017, segundo nova rodada da pesquisa Datafolha sobre o perfil ideológico da população. Os resultados gerais mostraram uma aproximação maior com a esquerda.

Em linha com a cultura de maior tolerância à diversidade sexual, o pensamento de que a homossexualidade deve ser desencorajada por toda a sociedade passou, no intervalo de cinco anos, de 19% para 16%. Uma fatia de 6% não opinou.

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Bonecos em foto-ilustração para o Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia, celebrado anualmente no dia 17 de maio – Karime Xavier – 12.mai.2020/Folhapress

A elevação do índice de aceitação dos homossexuais é um dos aspectos que explicam a aproximação maior da população com o ideário de esquerda, que passou de 41% para 49%, pico da série histórica, iniciada em 2013. Já a direita atingiu seu menor índice, recuando de 40% para 34%.

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Na primeira edição da pesquisa, a crença de que a homossexualidade deve ser aceita contava com o apoio de 67% das pessoas. O índice passou para 64% em 2014, 74% em 2017 e atingiu agora 79% —ou seja, 8 em cada 10 brasileiros concordam com essa afirmação.

Já a visão de que a homossexualidade deve ser desencorajada se manteve minoritária ao longo dos levantamentos de cada ano: 25%, 27%, 19% e, hoje, 16%.

Na divisão dos entrevistados por gênero, a rejeição é numericamente maior entre homens (17%) do que entre mulheres (14%). Quando observada a idade, o percentual aumenta conforme a geração: 7% (16 a 24 anos), 12% (25 a 34 anos), 15% (35 a 44 anos), 18% (45 a 59 anos) e 22% (60 anos ou mais).

No recorte por escolaridade, a resistência é maior entre os que têm ensino fundamental (22%) e perde força entre quem possui nível médio (14%) e superior (9%). O índice de contrários entre os que se declaram espíritas é de 9% e vai a 12% entre católicos e a 27% entre evangélicos.

O instituto ouviu 2.556 pessoas acima dos 16 anos em 181 cidades de todo o país nos últimos dias 25 e 26. Contratado pelo jornal Folha de S.Paulo, o levantamento está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-05166/2022 e possui margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou menos.

A classificação ideológica foi feita conforme a pontuação alcançada pelas respostas do entrevistado em questões sobre temas que separam as duas visões de mundo, tanto em comportamento e valores quanto em economia. A conversão à esquerda foi mais sensível na primeira parte do que na segunda.

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