Negacionismo econômico: Bolsonaro mente em Manaus sobre ZFM e faz de culto palanque eleitoral

Bolsonaro usou da boa-fé dos evangélicos, ao participar da tradicional 'Marcha para Jesus', para fazer do púlpito palanque eleitoral (Camila Barbosa/CENARIUM)

Em sua breve passagem pelo Amazonas, em que dedicou menos de 24 horas ao Estado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve tempo de cometer vários pecados. Mentiu descaradamente aos amazonenses ao afirmar que os decretos presidenciais que reduzem entre 35% e 25% do IPI- Imposto sobre Produtos Industrializados, não afetariam, negativamente, a Zona Franca de Manaus, ao contrário do que dizem os empresários da ZFM, economistas e especialistas. E cometeu um pecado capital: usou da boa-fé dos evangélicos, ao participar da tradicional ‘Marcha para Jesus’, para fazer do púlpito palanque eleitoral.

Pecados capitais

Não bastassem estes pecados, Bolsonaro cometeu outro atentado à economia e aos empregos dos amazonenses. Em sua fala deixou claro que, no que depender dele, o governo federal não vai recuar das decisões para reduzir a carga tributária da indústria que, por tabela, afetam a ZFM. Sendo o IPI a âncora tributária que torna atraente às empresas se instalarem em Manaus, ao reduzir e até zerar o imposto – como no caso do polo de concentrados de refrigerantes, deixa a economia amazonense à mercê da boa vontade dos empreendedores – sabendo que o que os guia é o lucro.

Caiado e ACM

Uma negociação em andamento entre o PL e o União Brasil tenta trazer o partido, dono de um orçamento e tempo de TV preciosos, para apoiar a reeleição de Bolsonaro. Pelo trato, o presidente ‘abriria mão’ de apoiar a candidatura do major Vitor Hugo ao governo de Goiás, em favor da reeleição de Ronaldo Caiado. Em troca, Bolsonaro atrairia o pré-candidato ao governador da Bahia, ACM Neto, também do União. Se não para apoiá-lo, explicitamente, ao menos para manter-se neutro na disputa, sem pedir voto para Lula na Bahia. Com isso, tenta outros caminhos para diminuir a vantagem de Lula no Nordeste.

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Palanque de Lula no RS

Falando em Lula, o petista vai para o Rio Grande do Sul, nesta semana, a fim de resolver o palanque no Estado, o quinto maior eleitorado do País, com 8,4 milhões de votos. Lá, o PT lançou a candidatura de Edergard Pretto e o PSB vai com Beto Albuquerque – que declarou apoio a Ciro Gomes. Segundo petistas, Lula deve procurar Manuela D’Avila (PCdoB), vista como a solução do impasse. Ela poderia ser a candidata de unidade ao governo gaúcho ou, caso os partidos não cheguem a um acordo, disputaria o Senado na chapa do PT.

Energia em pauta

Uma reunião de líderes, no Congresso, dará encaminhamento, nesta semana, aos textos que o presidente Arthur Lira (PP-AL) quer votar, na Câmara, sobre energia. A expectativa é de que sejam definidos os relatores das matérias e acordados os pedidos de urgência. Mas, é possível que os projetos não tenham tempo hábil para serem aprovados ainda nesta semana, especialmente, os mais complexos. É o caso da proposta da oposição para os preços dos combustíveis que permite um tabelamento dos valores pela ANP e que deve ser alvo de resistência do governo.

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