No AM, Boca do Acre e mais quatro municípios decretam situação de emergência por conta da cheia

No ano passado, o município enfrentou uma das maiores enchentes desde 1997 (Divulgação/Prefeitura de Boca do Acre - 23/02/2021)

Luana Carvalho e Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS — O município de Boca do Acre (a 1.557 quilômetros de Manaus) é a quinta cidade do Amazonas a decretar situação de emergência por conta da cheia dos rios Acre e Purus. O decreto foi publicado na última sexta-feira, 25. Guajará, Ipixuna, Envira e Eirunepé, todos na Calha do Juruá, também já decretaram situação de emergência, segundo último relatório divulgado pela Defesa Civil do Estado.

De acordo com a Prefeitura de Boca do Acre, 1,7 mil famílias já foram atingidas pela cheia dos rios, sendo 500 em seis bairros da área rural e 1.200 em 92 localidades da zona rural. Os moradores começaram a ser levados, na sexta-feira, 25, para abrigos na área central da cidade. No ano passado, o município enfrentou uma das maiores enchentes desde 1997, quando o Rio Acre atingiu a cota máxima, de 21,04 metros. Em 2012, foram 20,54 metros e em 2015, 20,38.

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“A cheia está causando danos materiais, ambientais, econômicos e sociais, afetando centenas de famílias, destruindo plantações e criações, avarias nas vias públicas, problemas de saúde na população, interrupção do calendário escolar urbano e rural”, diz trecho do decreto do prefeito.

Agravando

Desde o dia 20 de março de 2022, o município está sendo atingido pela enchente dos rios e, segundo o decreto disponível no Diário Oficial dos Municípios (DOM), a situação está se agravando a cada dia, provocando vários pontos de alagamentos.

A prefeitura alerta para as previsões dos órgãos de Controle Climáticos, Hidrológicos e Meteorológicos, como o Centro de Monitoramento e Alerta (Cemoa), o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) que apontam para um quadro mais agravante da cheia.

Atenção ou alerta

Segundo a Defesa Civil do Amazonas, no Estado há três municípios em situação de atenção, são eles: Humaitá, na calha do Madeira; Manacapuru, na calha do baixo Solimões e Manaus, na calha do Rio Negro. Outras seis cidades estão em situação de alerta: Pauini, Lábrea e Canutama, na calha do Purus; Itamarati, na calha do Juruá e Nova Olinda do Norte, na calha do Madeira.

Segundo o boletim número 12 do CPRM, publicado em 25 de março deste ano, em todas as estações monitoradas da calha principal o Rio Negro vem apresentando processo intenso de enchente, com níveis acima do esperado para o atual período do ano. Em Manaus, o rio apresenta uma taxa de subida da ordem de 9 centímetros por dia, em média, diz o informativo.

Na próxima quinta-feira, 31, o CPRM irá divulgar a primeira edição de 2022 do tradicional “Alerta de Cheias”, com transmissão pela TV CPRM no YouTube, às 9h, pelo horário de Manaus e às 10h, pelo horário de Brasília.

O evento terá a participação da pesquisadora em Geociências do SGB-CPRM Luna Gripp, responsável pelo Sistema de Alerta Hidrológico do Amazonas (SAH Amazonas); dos meteorologistas Renato Senna (INPA) e Ricardo Dallarosa (Sipam); e de representantes das Defesas Civis do Amazonas e de Manaus, respectivamente: tenente-coronel Adson Ferreira e o coronel Fernando Paiva Pires.

Evento será transmitido pelo YouTube do SGB-CPRM (Divulgação)
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