No AM, professores indígenas de Novo Airão recebem formação do projeto ‘Pirayawara’

Projeto já formou mais de mil indígenas, em 47 municípios (Arquivo Pessoal/Reprodução)

Com informações da assessoria

MANAUS — Quarenta professores indígenas de Novo Airão, na Região Metropolitana de Manaus, participaram da segunda etapa de formação do projeto Pirayawara, da Secretaria de Estado de Educação e Desporto. A formação foi realizada na terça-feira, 11, por professores da Gerência de Educação Escolar Indígena da pasta. O investimento na educação é um dos pilares da gestão do governador Wilson Lima.

O ‘Pirayawara’ visa formar professores indígenas no Ensino Médio Técnico, para atuar nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em suas comunidades, como professores-pesquisadores de seu próprio universo cultural. A formação dá condições para eles poderem gerir seus processos de aprendizagem, fortalecendo a identidade étnica. Desde o início do projeto, em 1998, 47 municípios foram atendidos e 1,1 mil professores foram formados.

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Projeto visa formar professores indígenas no Ensino Médio Técnico (Arquivo Pessoal/Reprodução)

O gerente de Educação Escolar Indígena, Alcilei Vale Neto, do Povo Mura, diz que a formação vai além do preparo pedagógico. “O curso não forma somente a parte pedagógica, mas forma também lideranças indígenas, pessoas que possam assumir cargos públicos nos municípios, no Estado, nos concelhos, e isso é muito importante”, avalia.

Desde o início, o ‘Pirayawara’ já certificou indígenas de 38 povos, nos municípios de Anamã, Atalaia do Norte, Autazes, Barreirinha, Beruri, Boca do Acre, Borba, Carauari, Careiro da Várzea, Coari, Eirunepé, Fonte Boa, Humaitá, Ipixuna, Itacoatiara, Itamarati, Japurá, Juruá, Jutaí, Lábrea, Manacapuru, Manaquiri, Manicoré, Maraã, Maués, Nhamundá, Parintins, Pauini, Rio Preto da Eva, São Gabriel da Cachoeira, São Paulo de Olivença, Tapauá e Tefé.

A formação tem nove etapas, com duração de quatro anos e meio. Ela está apoiada em três princípios básicos: organização, participação e solidariedade, tendo como norteadores a Língua Indígena, a Economia e o Parentesco.

A metodologia do projeto associa a formação do professor indígena à construção do material didático e do Projeto Político Pedagógico Específico da Escola Indígena. Os estágios dos participantes acontecem entre a sexta e nona etapas.

Ainda neste ano, os formadores devem voltar a Novo Airão, e aos municípios de Amaturá, Maués, Nova Olinda do Norte, Santa Isabel do Rio Negro, Santo Antônio do Içá e Tonantins, onde 455 professores estão em formação pelo ‘Pirayawara’.

A diretora do Departamento de Política e Programas Educacionais, Adriana Antonaccio, participou da formação em Novo Airão e ficou feliz em ver o envolvimento dos cursistas.

“Tive a oportunidade de ver, presencialmente, estes estudantes acreditando no respeito do governador Wilson Lima pela formação acadêmica dos professores indígenas. Durante gerações, estes povos tiveram sua cultura e identidade sublimadas pela imposição da educação do branco. Através do ‘Pirayawara’, o Governo do Estado e a Secretaria de Educação corrigem essa dívida histórica e dão ao índio a oportunidade de ele falar por si mesmo e transmitir os saberes das diferentes etnias aos seus povos, por meio da Educação Escolar Indígena”, frisa a diretora

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