Nos EUA, bailarina Ingrid Silva afirma ter sofrido racismo; ‘fui questionada se era faxineira’

Bailarina Ingrid Silva, 32, no rooftop do novo teatro B 32 (Eduardo Knapp/Folhapress)
Da Revista Cenarium*

SÃO PAULO – A bailarina Ingrid Silva usou as redes sociais para denunciar que sofreu racismo nos Estados Unidos. Ela diz que foi questionada no meio da rua se trabalhava como faxineira.

O caso aconteceu na última segunda-feira, 16, quando um homem branco ouviu que ela falava português e parou para conversar com Silva. O americano comentou que adorava o Rio de Janeiro e perguntou se ela morava na Filadélfia.

“Falei que não morava na cidade e que estava trabalhando lá. Foi quando ele perguntou se eu trabalhava com limpeza”, relata a bailarina, em um vídeo publicado nas redes sociais. “Ele me pegou de surpresa quando falou isso. Fiquei em choque. Em 14 anos morando em Nova York, nunca conversei com alguém que achasse que eu estaria limpando só por eu ser uma mulher preta”.

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A bailarina Ingrid Silva, que se apresentou na posse do presidente Lula, em seu terceiro mandato (Rodolfo Sanches/Divulgação)

Silva é bailarina principal do Dance Theatre of Harlem, em Nova York, e esteve no Brasil no começo deste mês para se apresentar na posse do presidente Lula (PT). Ela fez a apresentação de abertura do palco Elza Soares, um dos dois montados na Esplanada dos Ministérios, como parte do Festival do Futuro, que celebrou a posse do novo presidente.

“Olha como o racismo e a base da pirâmide é estruturada para que pessoas pretas não tenham a oportunidade de crescer. Quando elas crescem, não são vistas dessa forma”, disse Silva, que é autora dos livros “A Sapatilha que Mudou Meu Mundo” e “A Bailarina que Pintava Suas Sapatilhas”.

“Ele não me associou à diretora de uma grande empresa ou até mesmo a uma bailarina clássica. Quando falei a minha profissão, ele ficou surpreso. A cara dele foi de espanto. Mas por que eu não poderia ser uma bailarina clássica?”, questiona.

Aos oito anos, Silva foi selecionada para o projeto “Dançando para Não Dançar”, na Vila Olímpica da Mangueira, no Rio de Janeiro.

Já aos 12 anos, ela ganhou uma bolsa para estudar na escola de dança Maria Olenewa, do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 2008, ela foi aceita no Dance Theatre of Harlem e largou a faculdade de dança, no Rio de Janeiro, para se mudar para Nova York.

(*) Com informações da Folhapress
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