Novos atos contra Bolsonaro incorporam ‘não vai ter Copa’ e são marcados para dia 19 de junho

Manifestação contra Bolsonaro na avenida Paulista, em São Paulo, no último sábado, 29 (Bruno Santos/Folhapress)
Com informações da Folha de S. Paulo

SÃO PAULO – Grupos de esquerda que lideraram os atos contra Jair Bolsonaro no último dia 29 confirmaram para o próximo dia 19, um sábado, a realização de novos protestos pelo impeachment do presidente em todo o País. A ideia é estabelecer uma agenda extensa de protestos ao longo do mês.

A definição do dia 19 como data da mobilização unitária foi decidida nesta quarta-feira, 2. A oposição a Bolsonaro prevê também atos isolados nos dias anteriores, inclusive contra a realização da Copa América no País, como anunciou o presidente. A abertura do torneio está prevista para o dia 13.

Movimentos sociais, estudantis e sindicais, além de partidos de esquerda (agrupados em um fórum batizado de campanha nacional Fora, Bolsonaro), atraíram milhares de pessoas às ruas em 210 cidades do Brasil e em 14 países, no fim de semana, na maior manifestação contra o governo durante a pandemia.

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Outras datas foram cogitadas, como 12 e 26 de junho, mas havia dúvidas sobre questões como a disposição dos manifestantes de voltarem às ruas em um espaço de tempo tão curto, caso fosse no início do mês, e o temor de que uma data distante fizesse o movimento perder a temperatura.

Além disso, foi levantada a preocupação de que no fim de junho o cenário da Covid estivesse ainda pior, o que, no limite, forçaria até o cancelamento da convocação. As recomendações de proteção para os manifestantes, envolvendo máscara, álcool em gel e distanciamento, serão reforçadas.

Consenso

Em comunicado, a campanha afirmou que, “diante da enorme vitória política”, a nova data foi definida em consenso por uma articulação “que reúne centenas de organizações nacionais, entre partidos de esquerda, entidades estudantis, centrais sindicais, movimentos sociais e diversos coletivos e ativistas”.

Líderes envolvidos nas mobilizações viram a decisão de Bolsonaro em receber a Copa América, mesmo com a pandemia de Covid-19 descontrolada no País, como mais um elemento motivador dos protestos.

A reação contrária à competição esportiva internacional rememora protestos ocorridos em 2013, durante o governo Dilma Rousseff (PT), contra a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Partidos de oposição a Bolsonaro, inclusive o PT, reagira à decisão de Bolsonaro.

Para os manifestantes, a acolhida ao evento do futebol sul-americano é mais uma demonstração da sabotagem nas medidas para evitar a disseminação do vírus, uma das razões apontadas para sustentarem a necessidade de afastamento do presidente da República.

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